A Justiça de São Paulo adiou a audiência da estudante Alicia Dudy Muller Veiga em um processo no qual ela responde por estelionato. A defesa dela alegou que houve um agravamento do quadro de transtorno do pânico da jovem.

Em julho deste ano, Alicia foi condenada a devolver R$ 1 milhão aos estudantes que eram seus colegas de turma no curso de medicina da USP. Ela era presidente da comissão de formatura e, segundo as investigações, desviou o dinheiro para usar em benefício próprio.

Além desse processo, a estudante é ré pelo crime de estelionato, que teria sido cometido contra uma casa lotérica na zona sul da capital paulista. De acordo com investigação da Polícia Civil, Alicia fez uma aposta de R$ 891 mil em julho de 2022. Quando foi pagar, programou um Pix no valor de R$ 891,53, valor mil vezes menor que o devido.

A audiência desse processo aconteceria na última quinta-feira (29). Porém, segundo a Justiça, o médico que acompanha a jovem emitiu um atestado médico recomendando o afastamento de suas atividades por dez dias, período que engloba a data marcada para o julgamento.

Em despacho, o desembargador Bueno de Camargo diz que, no contexto apresentado, “prevalece a recomendação médica de afastamento das atividades e repouso, conforme atestados do dia 22.8.2024 e do dia 28.8.2024, justificada, portanto, a impossibilidade de comparecimento da Paciente [Alicia]”.

Relembre o caso

Alicia é acusada de desviar quase R$ 1 milhão do fundo de formatura de sua turma no curso de medicina da USP. De acordo com membros da comissão de formatura, o dinheiro para a formatura foi arrecadado por quatro anos.

No fim de 2021, Alicia, que era presidente da comissão, solicitou a transferência dos valores para uma conta pessoal dela sem o aval de outros estudantes integrantes do grupo.

Aos colegas, Alicia declarou que sacou o dinheiro da conta porque a empresa contratada não estava prestando um bom serviço, e decidiu investir o recurso junto à uma corretora, de quem teria, posteriormente, sofrido um golpe.

A jovem foi denunciada pela prática de estelionato por oito vezes. A Justiça de São Paulo aceitou e a estudante se tornou ré em março deste ano no caso do desvio da comissão de formatura.

* Sob supervisão