Rafael critica Natália por “atropelo” após perder nomeações na Codern
A demissão de um aliado político da direção da Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern) não surpreendeu o candidato do partido Avante a prefeito de Natal, ex-deputado federal Rafael Motta, que atribuiu o fato a uma manobra política da deputada federal Natália Bonavides (PT), concorrente ao mesmo cargo no primeiro turno das eleições municipais em 6 de outubro: “É mais um atropelo da deputada Natália, a sede do poder que ela tem”.
O Conselho de Administração da Codern aprovou, na terça-feira (27), o fim por antecipação dos mandatos de Estéferson Ubarana Gomes da Silva, que foi uma indicação do ex-deputado Rafael Motta quando ainda era filiado ao PSB, partido da base de apoio ao governo Lula e que, hoje, integra a coligação de apoio à candidata petista à prefeitura de Natal, bem como de Márcio de Almeida Machado, diretor Administrativo e Financeiro.
Mas, Rafael Motta disse à TRIBUNA DO NORTE que o momento da campanha eleitoral “é de falar em propostas para a cidade” e não está preocupado com fisiologismo: “Esse negócio de cargo, de espaço, de tomar lá da cá, nunca funcionou comigo”.
Rafael Motta, que chegou a votar pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016, lembrou que já fez indicações de pessoas para cargos no governo federal, “pediram pra que eu votasse a reforma trabalhista e eu disse que não votava, falaram que eu não votasse, na época, perderia o Dnit”. Em resposta à pressão política, Motta disse que “podiam ficar com o Dnit, vocês não ficam com a minha consciência, faço parte de uma nova modalidade de politica que não participa desse toma lá da cá”.
O ex-parlamentar defendeu a atuação de Estéferson Ubanara à frente da Codern, onde havia continuado até o começo da semana depois de mudanças ocorridas antes, “o que mostrou que é uma pessoa que tem competência técnica ´para estar naquele espaço”.
Segundo Motta, todas as indicações e sugestões de nomes quando lhe são questionadas,. “são pessoas técnicas e que vão dar conta do trabalho. E assim, da mesma forma foi na Codern, tanto que basta acompanhar como era a Codern antes, e como ela é hoje, como foi entregue”.
“Mas essa questão de fisiologismo, volto a dizer, comigo não funciona não”, repetiu. Para ocupar a presidência da Codern, decorrente da vacância do cargo o Conselho de Administração nomeou como presidente interino o diretor Técnico e Comercial, Paulo Henrique Macedo, até a eleição e posse do novo presidente.
O Conselho de Administração também designou interinamente para a Diretoria Administrativa e Financeira, o atual gerente Financeiro, Francisco Josefran Júnior, até a eleição de novo diretor pelo Conselho de Administração.
Rafael foi preterido no PSB por pressão do PT
O ex-deputado Rafael Motta já havia expressado em 11 de junho, a insatisfação com o ex-partido e o próprio PT, na condução do processo eleitoral, forçando sua filiação ao Avante. Na época, o ex-parlamentar revelara que o “PSB fez uma negociata nacional onde se trocaria cidades por cidades” e citou o caso de Curitiba e Natal. “Não sou obrigado a seguir algo nacional que eu não acredite”, dizia.
Na ocasião, Motta classificou como “deselegante” a postura da presidente nacional do PT, a paranaense Gleisi Hoffmann, que cumpria agenda política no Rio Grande do Norte por não tê-lo convidado “para uma conversa”.
“Percebi que seria emparedado [para apoiar Natália Bonavides]. Isso não foi uma comunicação foi nas entrelinhas”, chegou a dizer Motta.
REJEIÇÃO
Na mesma entrevista, Motta traçava um panorama do que seria o fraco desempenho da deputada federal Natália Bonavides (PT) no decorrer da campanha eleitoral, baseado nas pesquisas de opinião pública. “É uma realidade, “é algo que qualquer pessoa entende lendo as pesquisas”.
“Pesquisa é um retrato momentâneo, mas existe uma rejeição e se colocar todas as pesquisas quem lidera esses números de rejeição é a pré-candidata Natália Bonavides”, avaliava Rafael Motta, que rebateu criticas por outros posicionamentos nesse sentido: “Se quiserem levar pra outro tipo de leitura, é porque não aceitam esse tipo de comentário”.