Após prisão de estrangeiros, EUA e Espanha negam acusações de conspiração à Venezuela
Os governos dos Estados Unidos e da Espanha negaram neste domingo (15) qualquer envolvimento em um suposto plano de desestabilização da Venezuela. A resposta foi dada após o ministro do Interior venezuelano, Diosdado Cabello, anunciar a detenção de 14 pessoas, entre elas três norte-americanos, dois espanhóis e um tcheco, acusados de conspirar contra o país. A informação foi divulgada pela televisão pública ontem (14).
Em nota, o Departamento de Estado dos Estados Unidos classificou as acusações de participação da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) no suposto plano contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, “categoricamente falsas”. “Quaisquer alegações de envolvimento dos EUA em uma conspiração para derrubar Maduro são falsas”, disse o comunicado, que reforça o apoio a uma solução democrática para a crise na Venezuela.
A Espanha também se manifestou, rejeitando as alegações. “A Espanha nega qualquer envolvimento em uma operação de desestabilização na Venezuela”, informou uma fonte do Ministério das Relações Exteriores. O governo espanhol afirmou que os dois cidadãos detidos não têm vínculos com o Centro de Inteligência Nacional ou qualquer organização estatal. “Defendemos uma solução pacífica e democrática para a Venezuela”, completou a nota.
Acusados de conspiração contra Maduro
De acordo com Cabello, os detidos estariam ligados ao Centro Nacional de Inteligência (CNI) da Espanha e planejavam adquirir armas para cometer crimes na Venezuela. “Dois cidadãos espanhóis foram presos em Puerto Ayacucho. Encontramos ligações em seus celulares com María Teresa Clavijo, líder do Vente Venezuela, associada aos comandos de oposição de María Corina Machado”, afirmou o ministro.
Ainda segundo o governo venezuelano, o grupo teria entrado no país com armamento proveniente dos Estados Unidos. “Apreendemos 400 fuzis e pistolas ligadas à oposição, parte do que foi capturado em operações de inteligência”, declarou Cabello.
As prisões ocorrem em meio à crise política no país, logo após Edmundo González, opositor de Nicolás Maduro, desembarcar na Espanha para pedir asilo político. González contesta a reeleição de Maduro e enfrenta um mandado de prisão emitido pela Justiça venezuelana.
Ameaças
Na última segunda (9), Erik Prince, empresário norte-americano conhecido no setor de mercenários, fez ameaças ao governo de Maduro, afirmando que uma ação seria realizada na Venezuela em cinco dias. Ele também sugeriu que o governo dos EUA aumentasse a recompensa por Nicolás Maduro para US$ 100 milhões, em apoio à “liberdade e eleições legítimas” no país.
*Com informações do Metrópoles e Estadão Conteúdo