O programa de crédito para empresas afetadas pelo apagão em São Paulo deve beneficiar 250 mil empresários, segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Afirmou ainda que o governo vai apoiar quem ficou mais de 24 horas sem energia e teve prejuízos. Cerca de 850 mil pessoas devem ser beneficiadas, segundo o presidente.

O chefe do Executivo participou de uma live, na tarde deste sábado (19), ao lado do candidato do Psol à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos.

“Vou repetir em alto e bom som ao povo de São Paulo: nós vamos ajudar primeiro os empresários que perderam alguma coisa. Dentro do Pronampe, nós vamos criar a linha de crédito. Segundo, 850 mil pessoas que tiveram falta de energia por mais de 24 horas, nós vamos ajudar a recompor aquilo que eles perderam”, disse Lula, durante a transmissão ao lado do candidato do Psol.

Empresários

O governo federal anunciou nesta sexta-feira (18) R$ 1 bilhão em crédito para empresas da região metropolitana de São Paulo que foram afetadas pelo apagão. Para solicitar o empréstimo, os empreendedores devem comprovar que tiveram prejuízos com a falta de luz.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na sexta-feira (18) que serão destinados R$ 150 milhões do Fundo Garantidor do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) para garantir as operações de crédito em São Paulo. O montante tem capacidade para alavancar R$ 1 bilhão em crédito.

“Nós vamos ajudar o povo de São Paulo da mesma forma que ajudamos o povo do Rio Grande do Sul. Todo prefeito e vereador sabe que toda vez que chove, cai árvore. Temos 250 mil pessoas que são pequenos comerciantes que têm direito ao Pronampe. Nós vamos criar o mesmo programa de crédito que criamos para o Rio Grande do Sul “, disse.

Residências

O presidente também afirmou que, além de apoiar empresas, é importante ajudar quem teve danos em suas residências. Lula disse que o governo irá auxiliar a população de São Paulo da mesma forma que ajudou os moradores do Rio Grande do Sul afetados pelas enchentes de maio.

“Nós tivemos 850 mil pessoas que tiveram danos dentro das suas casas, que tiveram falta de energia por mais de 24 horas. Para rico, se estragar, compra outro. Pobre não pode. Nós temos que criar condições de ajudar essas pessoas para comprar aquilo que eles perderam”, complementou o presidente.

Entretanto, o presidente não explicou como o governo vai prestar o auxílio aos moradores de São Paulo que tiveram prejuízos causados pelo apagão.

Aneel

Durante a live, Lula também criticou a atuação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em São Paulo. O presidente disse que via mudar a  composição de funcionários das agências que gerem o abastecimento de eletricidade do país, já que a Aneel tem apenas diretores nomeados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ).

“Temos uma agência de regulação que não regula. Foi feito convênio com agência de São Paulo que também não regula e não fiscaliza. Nós temos a prefeitura que assumiu o compromisso e não fiscaliza”, afirmou o presidente.

A autarquia informou na sexta-feira (18) que irá intimar a Enel para iniciar um processo de avaliação de uma eventual recomendação de caducidade do contrato entre a empresa italiana e São Paulo.