Eleição cheia de mudanças tem espaço para se votar de véspera
Cassiano Arruda Câmara
A eleição Norte-americana está sendo marcada por circunstâncias capazes de trazer uma série de implicações para o nosso cenário político e social. Esse cenário transforma as nossas badaladas “viradas” eleitorais em brincadeira de criança. Vou detalhar o que pode ser esperado em diferentes aspectos:
Impacto social e representatividade: A eleição de uma mulher negra à presidência pode intensificar debates sobre igualdade racial, gênero e inclusão social. Se for eleita, Kamala Harris pode representar uma voz poderosa para grupos historicamente marginalizados e inspirar maior participação de minorias na política.
Desafios de legitimidade: Se um ex-presidente com histórico de Donald Trump ganhar as eleições, isso pode levantar preocupações sobre a integridade eleitoral e a confiança nas instituições democráticas. Uma eleição que pareça favorecida ou que tenha controvérsias em torno de manipulação de votos pode provocar protestos, polarização política e até crise de governabilidade.
Impactos econômicos e diplomáticos: A instabilidade causada por um cenário eleitoral confuso pode ter efeitos na economia, com impactos em investimentos e confiança do mercado. Além disso, a imagem do país no exterior pode ser afetada, influenciando as relações diplomáticas e acordos internacionais.
No geral, o mundo pode esperar uma combinação de incerteza, movimentos de contestação social e possivelmente uma redefinição de prioridades políticas, dependendo de quem sair vencedor. A depender de quem ganhe, a candidata mulher ou o ex-presidente duvidoso, haverá mudança de rumos na política do país ou uma continuidade de desafios preexistentes, com potenciais consequências a longo prazo.
QUEM VOTA DE VÉSPERA
Até o sábado, mais de 75 milhões de eleitores votaram antecipadamente nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, representando mais de 48% do total de votos registrados em 2020, quando 154,6 milhões de americanos foram às urnas. A participação antecipada presencial deste ano já supera, dois dias antes do dia oficial da eleição (5 de novembro), o número total de votos presenciais antecipados da eleição de 2020.
Esse aumento mostra a popularidade crescente do voto antecipado, prática que ganhou força durante a pandemia de covid-19, e aponta para uma mudança no comportamento dos eleitores americanos.
A votação antecipada nos Estados Unidos já equivale a 465 do total de votos na última eleição. Foram mais de 72 milhões de votos registrados até este domingo, 3, no que promete ser uma disputa voto a voto entre a vice-presidente Kamala e Trump.
DIA DA ELEIÇÃO
“O Dia da Eleição agora é apenas o fim da votação”, disse Barry Burden, diretor do Centro de Pesquisa de Eleições da Universidade de Wisconsin em Madison. “Temos muitos dias de eleição e é apenas o último dia em que as cédulas podem ser entregues.”
A votação antecipada não chegou ao mesmo nível da última eleição, em 2020, marcada pela pandemia, mas superam qualquer pleito anterior. Depois de anos desqualificando o voto adiantado e por correio. Donald Tramp passou a emitiram sinais mistos e incentivas que os republicanos fossem às urnas o quanto antes Reflexo de uma eleição acirrada, em que as pesquisas apontam empate técnico, 40% dos eleitores que depositaram seus votos antecipadamente estão registrados como democratas e outros 40% como republicanos, segundo levantamento da rede americana NBC. 54% foi pessoalmente às urnas e outros 46% enviaram por correio.
REFLEXO NO BRASIL
Por esses lados, os maiores líderes políticos do momento fizeram suas apostas. Bolsonaro, reforçou seu apoio incondicional a Donald Trump, gravando até vídeo de apoio, de impacto eleitoral nulo nas terras de Tio Sam, mas de reforço à sua posição ideológica nessas terras descobertas por Cabral. Já Lula, com algum traço de imprudência, verbalizou o que já era óbvio, indicando sua preferência pela eleição da candidata Democrata.
A medida soa arriscada, pois deixa ainda mais evidente a falta de sintonia com um eventual governo Trump, algo que será precificado pelos mercados tão logo saia o resultado eleitoral. Como disse, falação desnecessária em semana de disparada do dólar.
Preparem a pipoca e aguardem a apuração que tem tudo para ser emocionante. Lá, muito diferente do que ocorre no Brasil, o sistema eleitoral ainda é baseado no voto em papel. O resultado tem tudo para ser muito apertado, com vários prognósticos divergentes, a exemplo do que ocorreu nas eleições anteriores. Teremos programação para muitos dias.
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