Potiguar Matheus Sena conta como deu a volta por cima em temporada que teve início complicado

Potiguar Matheus Sena conta como deu a volta por cima em temporada que teve início complicado
Publicado em 16/11/2024 às 16:10

Uma temporada que parecia fadada ao insucesso virou, de uma hora para outra, um dos anos mais promissores da carreira do surfista Matheus Sena, de 22 anos. Ele ganhou destaque nos holofotes ao vencer a etapa do WQS realizada na Praia de Miami, em Natal, como parte do Circuito Banco do Brasil de Esporte e Cultura. Para conquistar o título, Matheus precisou superar grandes nomes do surfe, incluindo Ítalo Ferreira, campeão olímpico e mundial.

Quem pensa que Matheus sentiu a pressão ao disputar uma prova tão importante, especialmente com o peso do ranking, se engana. O surfista da Vila de Ponta Negra surpreendeu ao dizer que o que poderia ser motivo de pressão — a presença de um grande público — transformou-se em uma fonte de motivação.

“Fazia tempo que eu não conseguia ter essa leveza. Competir, surfar leve, ficar feliz. Esse ano vem sendo muito difícil na minha carreira profissional; desde que entrei na categoria profissional, vem sendo o ano mais difícil da minha vida. Faz alguns meses que perdi o meu patrocinador. Então, levei muita pancada para chegar aqui. Essa leveza, isso tudo, foi o processo que me fez chegar aqui assim. Queria muito deixar esse título em casa, passei por muita coisa já esse ano”, ressaltou.

Matheus acredita que enfrentar essa fase complicada o ajudou a amadurecer como atleta e pessoa, e agora ele se sente mais preparado para os desafios futuros. “Meu ano vinha sendo muito difícil e, nos últimos 10 dias, pode ser que ele termine de uma forma incrível. Mudou meu pensamento, mudou a forma de enxergar as coisas. Acho que evoluí também pessoalmente”, comentou, lembrando-se das pessoas que considera importantes nesse processo de transformação, como sua família e sua treinadora, Milena.

Matheus Sena, da Vila de Ponta Negra, ganhou o título em Natal| Foto: AMANDA VIEIRA

Para quem acha que Matheus pretende apenas curtir a fama, está enganado. O potiguar já está focado na disputa do Circuito Challenge Series, que reúne apenas os sete melhores ranqueados de cada continente, e onde terá a chance de lutar por uma vaga na elite do surfe mundial, igualando os feitos de Ítalo Ferreira, Gabriel Medina e Jadson André, que competiu na divisão por mais de 10 anos.

“Durante o ano rolam os circuitos regionais. Ao mesmo tempo que está rolando aqui na América do Sul, também acontece na América do Norte, na Ásia e na Austrália. No final do ano, que termina em março dessa temporada, pegam-se os sete melhores de cada região para formar o Circuito Challenge Series, que é como se fosse a segunda divisão do surfe mundial”, explicou.

Ao contrário do ano passado, Matheus começou esta temporada com uma derrota logo na etapa de 5.000 pontos — a mais importante para os surfistas dessa categoria. “Ano passado foi diferente. Comecei muito bem e acabei não me classificando no final. Este ano, estou em uma situação diferente. Tive que batalhar o ano inteiro e agora estou muito perto da classificação. Algo dentro de mim diz que este ano a classificação vem. Estou mais preparado, melhor psicologicamente e também melhor dentro d’água”, ressaltou.