Campos Neto diz que 6 X 1 é “bastante prejudicial”
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que uma eventual redução na jornada de trabalho prejudica o trabalhador. Ele afirmou que a mudança iria aumentar o número de empregos informais, além de deixar o custo de contratação mais caro.
O tema ganhou força nas redes sociais por causa de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que propõe acabar com a jornada de 6 dias de trabalho e 1 de folga, conhecida como 6 X 1.
“É um projeto que acho bastante prejudicial para o trabalhador, porque no final vai aumentar o custo de trabalho, a informalidade e diminuir a produtividade”, declarou o chefe do Banco Central em uma palestra do Fórum Liberdade e Democracia de Vitória.
Campos Neto falou sobre o assunto depois de comentar o efeito da flexibilização promovido pela reforma trabalhista na criação de empregos. A reforma permitiu que se trabalhasse até 12 horas por dia, desde que o limite de 44 horas semanais seja respeitado.
“A gente precisa continuar avançando nessas reformas e entender que no final das contas, aumentando a obrigação dos empregadores, não melhoramos o direito dos trabalhadores. Tem essa ilusão de curto prazo que se mostra contrária no médio e longo prazo”, disse.
FIM DO 6 X 1
A PEC que propõe acabar com a jornada de trabalho 6 X 1 ultrapassou o número exigido de assinaturas de deputados nesta quarta-feira (13). O documento tem 194 assinantes, superando o mínimo de 171 assinaturas para ser protocolada na Câmara.
O projeto pretende reduzir a jornada para 36 horas semanais, com a manutenção da carga horária diária de 8 horas. Atualmente, a Constituição Federal define uma jornada de 8 horas diárias, com carga semanal total de 44 horas. A autora da PEC é a deputada Erika Hilton (Psol-SP). Ela apresentou o projeto na Casa Baixa no dia 1º de maio.
A PEC surgiu da demanda do movimento VAT (Vida além do Trabalho). O movimento popular foi fundado pelo vereador Rick Azevedo (Psol-RJ) e foi a sua principal bandeira de campanha nas eleições municipais de 2024. O político de 1º mandato também articulou a PEC em conjunto com a deputada.