Dor crônica vai além do físico: ‘É preciso tratar a mente para lidar com a dor’, diz especialista

Dor crônica vai além do físico: ‘É preciso tratar a mente para lidar com a dor’, diz especialista
Publicado em 25/11/2024 às 11:26

A dor crônica, definida como aquela que persiste por mais de três meses, é uma realidade que afeta a vida de milhões de pessoas. Segundo Walkyria Fernandes, PhD em fisioterapia e autora do best-seller Você não é a sua dor, a condição vai além do desconforto físico. Em entrevista ao programa Tribuna Livre, da rádio Jovem Pan News Natal, nesta segunda-feira (25), a especialista explica como o aspecto psicológico é essencial para compreender e tratar a dor crônica, que muitas vezes aprisiona os pacientes em uma espiral de frustração e isolamento.

Dores crônicas como a lombar — a principal causa de incapacidade no mundo —, enxaqueca, fibromialgia e dores cervicais exemplificam o impacto dessa condição. “Muitas pessoas convivem com dores há mais de cinco anos e, por terem tentado inúmeros tratamentos sem sucesso, sentem-se frustradas e até desesperançosas. Esse sofrimento não é só físico, mas social e emocional”, diz Walkyria. “Elas evitam sair de casa, encontram barreiras para manter a vida social e, muitas vezes, deixam de viver plenamente.”

Para a profissional, compreender a dor crônica requer ir além do óbvio. “Há dores que não começam por um problema mecânico, como acreditamos. O cérebro é um fator crucial. Ele pode amplificar ou até mesmo iniciar a percepção da dor”, destaca. Essa ligação entre mente e corpo reforça a complexidade da condição e a necessidade de abordagens que integrem os dois aspectos.

Walkyria chama atenção para um ponto essencial: tratar dor crônica não é o mesmo que aliviá-la. “O uso de medicamentos pode ser parte do tratamento, mas, sozinho, ele não resolve o problema. O tratamento precisa envolver outras abordagens”, diz. Entre as opções estão a fisioterapia, mudanças no estilo de vida e o cuidado com a saúde mental.

Essa visão reflete o que a autora desenvolve em seu livro, que traz orientações práticas e uma abordagem humanizada para quem convive com dores persistentes. “Meu objetivo é ajudar as pessoas a entenderem que elas não são suas dores. Com o suporte certo, é possível ressignificar essa relação e buscar uma vida com mais qualidade, mesmo convivendo com a condição”, afirma.

Confira a entrevista completa: