Política

Violência contra mulheres no Acre atinge menor índice em uma década, mas feminicídios preocupam

Violência contra mulheres no Acre atinge menor índice em uma década, mas feminicídios preocupam
Publicado em 18/05/2025 às 18:35

O Acre alcançou em 2023 a menor taxa de homicídios de mulheres dos últimos dez anos, com 18 casos registrados. Apesar dessa redução geral, o número de feminicídios cresceu, totalizando 10 casos, o que representa um aumento em relação ao ano anterior e posiciona o estado entre os com maiores taxas de feminicídio no Brasil.

Lei que proíbe nomeação de condenados por crimes sexuais e violência doméstica é sancionada no Acre — Foto: Freepik/Imagem ilustrativa

Esses dados evidenciam a complexidade da violência de gênero na região, onde, mesmo com avanços em políticas públicas, o assassinato de mulheres por razões de gênero permanece alarmante.

Segundo o Atlas da Violência 2025, o Acre registrou 18 homicídios de mulheres em 2023, resultando na menor taxa por 100 mil habitantes em uma década. No entanto, o número de feminicídios — assassinatos motivados por questões de gênero — aumentou para 10 casos, um a mais que em 2022, conforme dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Com isso, o estado apresentou uma taxa de 2,4 feminicídios por 100 mil mulheres, ficando atrás apenas de Mato Grosso e empatado com Rondônia e Tocantins.

A maioria das vítimas de feminicídio no Acre eram mulheres negras, de baixa renda e com idades entre 14 e 34 anos. Em 88% dos casos, as vítimas não possuíam medidas protetivas, e os crimes ocorreram principalmente em contextos domésticos ou familiares.

Para enfrentar essa realidade, o estado implementou políticas públicas como a criação do “feminicidômetro”, ferramenta que coleta e analisa dados sobre violência de gênero, auxiliando na formulação de estratégias de prevenção e combate ao feminicídio.

Além disso, iniciativas como o ônibus lilás, que leva atendimento especializado a mulheres em áreas remotas, e campanhas de conscientização têm sido promovidas para fortalecer a rede de proteção às mulheres.

Apesar dos esforços, os números indicam que ainda há muito a ser feito para erradicar a violência contra as mulheres no Acre. Especialistas destacam a importância de políticas públicas eficazes, educação para igualdade de gênero e o fortalecimento dos mecanismos de proteção para garantir a segurança e os direitos das mulheres no estado.