Servidores públicos do Acre protestam por reajuste e ameaçam greve geral

Servidores públicos do Acre protestam por reajuste e ameaçam greve geral
Publicado em 25/06/2025 às 15:13

Manifestação reuniu cerca de 300 trabalhadores em frente à Aleac e ao Palácio Rio Branco; categorias cobram aumento do auxílio-alimentação e reajuste linear de 20%

Na manhã desta quarta-feira (25), representantes de diversas categorias do serviço público estadual do Acre realizaram um protesto em frente à Assembleia Legislativa (Aleac) e ao Palácio Rio Branco, sede do governo estadual. O ato unificado reuniu cerca de 300 servidores das áreas da educação, saúde, segurança pública, fazenda e administração direta, que cobram do governo a abertura de diálogo e o atendimento de pautas salariais represadas.

A mobilização foi organizada por sindicatos que, diante do que classificam como “descaso do Executivo”, já discutem a possibilidade de deflagrar uma greve geral na próxima semana, caso não haja resposta oficial até sexta-feira (27).

Entre as principais reivindicações estão o aumento do auxílio-alimentação de R$ 420 para R$ 1.000, a extensão do auxílio-saúde a todos os servidores ativos e inativos — atualmente limitado aos trabalhadores da saúde — e a aplicação de um reajuste linear de cerca de 20%, por meio da Revisão Geral Anual (RGA), para recomposição do poder de compra.

Os líderes sindicais se revezaram no microfone de um trio elétrico posicionado em frente ao prédio do Parlamento acreano. Nas falas, destacaram que os servidores acumulam perdas históricas e criticaram o governo por alegar limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) enquanto concede reajustes generosos a cargos de alto escalão.

O ato desta quarta ocorre no mesmo dia em que a Aleac realiza uma sessão solene pelos 50 anos do Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-AC). A expectativa dos manifestantes era ocupar as galerias do plenário durante a solenidade, como forma de pressionar parlamentares e representantes do Executivo presentes.

Em nota, o governo do Acre informou que tem mantido a folha salarial em dia e destacou o reajuste de 5,08% previsto para julho, dentro da política de atualização anual adotada desde o segundo mandato do governador Gladson Cameli. A administração estadual também reiterou que o estado ultrapassou o limite prudencial da LRF, o que impede a concessão de reajustes acima da margem legal.

Os servidores, no entanto, afirmam que a recomposição inflacionária é uma obrigação constitucional e prometem intensificar a mobilização caso o governo não apresente uma proposta concreta nos próximos dias.

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