Máfia italiana investiu em mais de 20 propriedades no RN, diz investigação

Máfia italiana investiu em mais de 20 propriedades no RN, diz investigação
Publicado em 13/08/2024 às 18:18

A máfia siciliana Cosa Nostra, uma das organizações criminosas mais famosas do mundo e que inspirou a trilogia Poderoso Chefão, investiu pelo menos R$ 300 milhões em mais de 20 propriedades, como terrenos, mansões e imóveis comerciais no Rio Grande do Norte. É o que aponta o inquérito instaurado há cerca de dois anos contra o grupo criminoso, que foi alvo de uma operação da Polícia Federal, com apoio da Guardia di Finanza de Palermo (Itália), nesta terça-feira (13). Um mafioso italiano foi preso em Natal.

Os números estimados pelo PF ainda são menores do que o apontado pelas autoridades italianas. A estimativa da Procuradoria de Palermo é que o valor total dos ativos investidos no estado podem superar os 500 milhões de euros – mais de R$ 3 bilhões em valores atuais.

Batizada Arancia, a operação vasculhou endereços em três Estados para apurar o esquema de lavagem de dinheiro que usou empresas fantasma e laranjas para se infiltrar no mercado imobiliário e financeiro brasileiro.

Em paralelo às diligências realizadas no Brasil, a Direção Distrital Antimáfia de Palermo coordenou 21 buscas na Itália e na Suíça. Durante tais diligências, os investigadores encontraram uma sala secreta, escondida atrás de um guarda-roupa. No vídeo, é possível ver que o local guardava documentos e quadros.

No País, os endereços vasculhados estão situados no Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Piauí. A ofensiva apura possíveis crimes de associação mafiosa, extorsão, lavagem de dinheiro e transferência fraudulenta de valores, “com agravante de apoio a famílias mafiosas notórias”.

Segundo a PF, as investigações que culminaram na Arancia começaram em 2022. A organização criminosa suspeita de lavar dinheiro para máfia italiana no Rio Grande do Norte atuaria há quase uma década, indicam os investigadores.

De acordo com o inquérito, a máfia italiana utilizou empresas fantasmas e laranjas para ocultar fundos ilícitos.