Candidata diz que não autorizou União denunciar em seu nome suposta coação para fazer campanha para Catarina na TV

Candidata diz que não autorizou União denunciar em seu nome suposta coação para fazer campanha para Catarina na TV
Publicado em 04/09/2024 às 0:59

A candidata a vereadora pelo União Brasil, Débota Ponte (Foto: Lucas Luckezie/FolhaBV)

A candidata a vereadora do União Brasil, Debora Ponte, revelou não ter autorizado o partido a apresentar, em seu nome, uma petição na Justiça Eleitoral para impedir que os postulantes da sigla sejam obrigados a fazer campanha para a candidata a prefeita, deputada estadual Catarina Guerra (União Brasil), durante participações no horário eleitoral no rádio e na televisão.

No dia 30, o juiz Angelo Augusto Graça Mendes, da 1ª Zona Eleitoral, decidiu liminarmente favorável ao pedido apresentado pelo advogado do União Brasil, Alex Ladislau – seu até então procurador -, ação à qual Debora alega que não teria autorizado.

A petição também menciona como autores os candidatos a vereador Max Morais e Andreia Nicoletti, irmã do deputado federal Nicoletti – o qual rivaliza com Catarina para ser o candidato único da legenda. Segundo o documento, esses candidatos teriam sido “coagidos durante a gravação de propaganda eleitoral” e impedidos de gravar seus programas por se recusar a pedir votos para a deputada estadual, no dia 28 de agosto.

À Folha, Debora Ponte explicou que não foi coagida, porque não estava na produtora responsável pela gravação, e esclareceu que seu programa estava gravado desde 22 de agosto. A candidata apresentou uma nova petição para excluí-la desse processo, assim como cancelar a procuração concedida a Ladislau para incluir seus novos representantes judiciais. O pedido foi aceito pela Justiça Eleitoral nessa terça-feira (3). “O Ladislau se sentiu à vontade para fazer isso porque eu sou da casa deles. Era! Não sou mais. Rompi com o Nicoletti por conta disso”, disse ela, afirmando surpresa com o caso.

Citados

Citado, Nicoletti afirmou que estava ciente apenas de que a candidata revogou a procuração do advogado do partido. “Porém, ela está em um grupo de WhatsApp de vereadores que comentaram lá que vários candidatos foram coagidos a gravar o programa eleitoral para a Catarina como forma de seus vídeos irem para a TV e rádio! Eu recebi também gravação e mensagens de alguns candidatos sobre o assunto e, pelo que sei, o advogado apenas comunicou o ocorrido para a Justiça Eleitoral para preservar o direito de cada um de ter seu espaço na TV e rádio de forma livre!”, esclareceu.

Procurado, Alex Ladislau declarou que recebeu procuração assinada pelos três candidatos para representá-los e observar tudo o que poderia prejudicar os seus interesses nas eleições e resguardar os direitos deles. Destacou que a petição foi baseada nos áudios e vídeos de Max sobre a suposta coação e apresentou o pedido prevendo que Debora também passaria por tal constrangimento.

Isso porque como Debora já havia gravado o seu programa eleitoral pedindo votos para Nicoletti, decisões favoráveis posteriores à Catarina no pleito poderiam tirar a gravação da candidata a vereadora do ar. “Como ela já tinha gravado o nome do Nicoletti, imaginei que ela não queria gravar o nome da Catarina e assim iria ficar fora do ar. E a legislação não permite essa imposição de pedir votos para candidatura a prefeito. A propaganda é dos candidatos a vereadores. Então, se eles não quiserem falar o nome do Nicoletti ou da Catarina, eles não são obrigados”, esclareceu.

“Entramos com representação para garantir o direito dela de não ser obrigada a falar o nome de candidato e que o programa dela fosse pro ar. Somente isso”, destacou Ladislau, ressaltando ainda que Debora entendeu o propósito da ação, mas resolveu pedir a revogação de sua procuração, inclusive faltando com a verdade na Justiça ao alegar que não sabia da suposta coação aos candidatos.

“Ela faz parte do grupo de candidatos vereadores, onde havia o relato do problema. Sobre eu não ter sido contratado pra isso, eu tenho contrato dela aqui comigo […]. De forma alguma, fiz uma coisa pra prejudicá-la, mas pra resguardar o direito dela”, finalizou.