Caso Géssica: Enfermeira morta em perseguição Policial foi vítima de Homicídio Doloso, conclui investigação do MPAC
Publicado em 31 de março de 2024 Por Da Redação
De acordo com o Procedimento Investigatório Criminal (PIC) instaurado pelo Ministério Público Estadual de Capixaba (MPAC), a morte da enfermeira Géssica Melo de Oliveira, de 32 anos, ocorrido dia 02 de dezembro de 2023, num suposto confronto com a polícia, esconde uma série de manobras na tentativa de ocultar o cometimento de um homicídio doloso por parte de policiais militares. Ela foi morta com dois tiros, um no pulmão e outro no estômago.
“Há indícios, portanto, do crime de homicídio doloso, aliado ao crime de fraude processual (inserção de uma pistola no local dos fatos, alegando-se pertencer à vítima)…”
Por meio de laudos periciais ficou provado que a vítima não ingeriu qualquer substância ilícita ou álcool. Também não foi encontrado em seu DNA qualquer vestígio de contato com arma de fogo e que tentaram “mudar a cena do crime”, com a inserção de uma arma de fogo, do tipo pistola” no carro da vítima, entre outras praticas evidenciadas nos laudos periciais.
Inicialmente, o Grupo Especial de Fronteira (Gefron) declarou que Géssica estaria armada e fazia manobras perigosas que colocavam em risco a vida de outras pessoas e, por isso, atiraram no carro. A perseguição teria iniciado após ela furar um bloqueio policial em Capixaba. Após os disparos, no quilômetro 102, nas proximidades da entrada do Ramal da Alcoolbrás, a enfermeira perdeu o controle do veículo, entrou em uma área de mata e bateu o carro em uma cerca.
O que diz a polícia
Ainda no domingo (3), a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-AC) lançou uma nota sobre o caso e o governo do estado uma segunda. Na primeira, afirmou que “durante a ocorrência, foi possível visualizar parte de um braço empunhando uma arma de fogo. Neste momento, diante do risco iminente à integridade física da equipe policial, foram efetuados cinco disparos em direção ao carro.”
Já em uma segunda nota, o governo do Acre confirmou que dois policiais estavam detidos no batalhão da PM e que as investigações se dariam de forma imparcial.
“Garantimos ainda uma investigação imparcial e célere, de modo que a sociedade tenha uma resposta o quanto antes.”
O Grupo Especial de Fronteira (Gefron) afirma que Géssica estava armada, fazia manobras perigosas que colocavam em risco a vida de outras pessoas e, por isso, atiraram no carro para pará-la. Ainda de acordo com o grupo, a perseguição ocorreu após ela furar um bloqueio policial em Capixaba, cidade vizinha.
O g1 também conversou com uma amiga, que preferiu não ser identificada. Ela contou que a enfermeira foi deixada no hospital pelos próprios policiais e chegou como vítima de acidente de trânsito. As perfurações de bala, segundo ela, foram notadas no hospital.
“Quando ela deu entrada no hospital, não foi passado para os médicos plantonistas que ela tinha sido vítima de bala, foi dito que tinha sido vítima de acidente de trânsito. Durante a reanimação, constataram perfurações”, afirmou.
Em nota, a Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Acre (Sejusp) alegou que os disparos haviam sido contra o carro da vítima. Dois militares, que estavam na ação, foram presos em flagrante, de forma preventiva, durante audiência de custódia logo após o ocorrido. O caso também é investigado pela Corregedoria da Polícia Militar do Acre e da Polícia Civil.
A família continua; “Estamos pedindo socorro para todos os lados porque foi uma morte muito brutal e não pode ficar no esquecimento. Géssica era a caçula de cinco irmãos, era uma mãe muito dedicada, preferia cuidar dos filhos. Temos que falar para não ficar no esquecimento”, disse.
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