Cerimônia nas ruas de Paris marca a abertura dos Jogos Paralímpicos
Nesta quarta-feira, 28 de agosto, Paris sediará pela primeira vez os Jogos Paralímpicos, com a Cerimônia de Abertura no coração da capital francesa. Às 15h, horário de Brasília, la Concorde e a Champs-Élysées serão o palco para 4.400 atletas Paralímpicos de 184 delegações, celebrando o início de 11 dias de competição.
Sob a direção de Thomas Jolly, o espetáculo “celebrará os atletas Paralímpicos e os valores que eles representam”, afirmou o diretor artístico das cerimônias dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris 2024.
Descrevendo o conceito como “antes de tudo uma magnífica fonte de inspiração”, Jolly promete “performances nunca antes vistas” em um “espetáculo que vai unir os espectadores e o público televisivo ao redor do mundo no espírito único dos Jogos Paralímpicos”.
A Cerimônia acontecerá novamente fora dos limites de um estádio. Os atletas desfilarão pela famosa avenida, culminando em uma celebração que marcará a abertura oficial dos Jogos Paralímpicos, na icônica praça, diante de milhares de torcedores.
“Que momento incrível para nossos atletas, que farão parte de uma histórica Cerimônia de Abertura na avenida mais famosa do mundo, cercados por todo o charme de Paris”, entusiasmou-se Jitske Visser, medalhista paralímpica no basquete em cadeira de rodas, presidente da Comissão de Atletas do Comitê Paralímpico Internacional e competidora nos Jogos de Paris 2024.
“Essa Cerimônia, realizada no coração da cidade, é um símbolo poderoso que reflete nossa ambição de aproveitar a oportunidade de nosso país sediar seus primeiros Jogos Paralímpicos para colocar a questão da inclusão de pessoas com deficiência no centro de nossa sociedade”, afirmou Tony Estanguet, presidente de Paris 2024.
Time Brasil
Beth Gomes, do atletismo, e Gabriel Araújo, da natação, serão os porta-bandeiras da delegação brasileira na Cerimônia de Abertura. Medalhistas de ouro na edição passada (Tóquio 2020), eles representam as modalidades em que o país mais foi premiado nos Jogos.
A paulista Elizabeth Rodrigues Gomes (Beth Gomes) é arremessadora e lançadora da classe F53, para atletas que competem sentados. Em Tóquio 2020, ela foi ouro no lançamento de disco da classe F52, a que competía à época. Já na classe atual (F53), em 2024 foi campeã no Mundial de Atletismo, realizado em Kobe, no Japão. Ela é a atual recordista mundial na prova, em marca obtida em junho passado, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, quando fez 18,45m.
“Todos nós atletas Paralímpicos sonhamos com este dia. Receber esta notícia de que eu seria a atleta que iria conduzir o pavilhão do nosso Brasil foi muito emocionante, as lágrimas caíram. Vou honrar a nossa bandeira com a maior maestria e representar todos os atletas Paralímpicos que estão em Paris e também aqueles atletas que sonham um dia estar aqui, porque sonhos são para ser realizados. Estou aqui por vocês e por todos”, disse Beth Gomes em comunicado do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Beth era jogadora de vôlei em 1993 quando foi diagnosticada com esclerose múltipla.
Aos 22 anos de idade, o mineiro de Santa Luzia, Gabriel Araújo, foi ao pódio em três ocasiões durante a sua estreia nos Jogos Paralímpicos, em Tóquio 2020: ouro nos 200m livre e nos 50m costas, e prata nos 100m costas, pela classe S2, para atletas com comprometimentos físicos-motores. Depois disso, Gabriel competiu nas mesmas provas em dois Mundiais de natação, o da Ilha da Madeira (Portugal) em 2022 e o de Manchester (Grã-Bretanha), em 2023, sendo campeão em todas elas.
“Fico feliz de representar o Brasil na competição e a todos os atletas na abertura. É um privilégio que me deixa muito feliz. Fiquei muito emocionado ao receber a notícia. É uma honra para poucos”, disse Gabriel para o CPB. O atleta nasceu com focomelia, que impede a formação de braços e pernas.