Colesterol alto também pode atingir pessoas com estilo de vida saudável, aponta especialista do RN

Colesterol alto também pode atingir pessoas com estilo de vida saudável, aponta especialista do RN
Publicado em 08/08/2024 às 11:38

Os altos níveis de colesterol, tipo de gordura que desempenha funções diversas no organismo, também pode ser constatado em pessoas com um estilo de vida saudável devido a fatores genéticos. É o que aponta o médico cardiologista Ferdinand Saraiva, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologista do Rio Grande do Norte (SBC- RN). A informação foi repassada durante entrevista ao Tribuna Livre, da Jovem Pan News Natal, nesta quinta-feira (8), Dia Nacional do Combate ao Colesterol.

Embora o estilo de vida possa influenciar os altos níveis de colesterol, Ferdinand Saraiva adverte que maus hábitos nem sempre estão associados ao problema. Isso porque 80% da substância é produzida pelo organismo, enquanto apenas 20% é proveniente da dieta. Por conta disso, por exemplo, pessoas com hábitos saudáveis podem apresentar alterações negativas de gordura no sangue.

O motivo para esse cenário é que os fatores genéticos tendem a ser os mais decisivos para a hipercolesterolemia (aumento da gordura) no sangue. “A Hipercolesterolemia familiar, formas genéticas que levam a produção excessiva do colesterol, é a doença genética mais comum. [A estimativa é que] uma de cada 200 pessoas tem uma forma genética de produzir colesterol em excesso”, complementa o cardiologista.

Ferdinand Saraiva reforça, portanto, que a dosagem do colesterol é fundamental para prevenir riscos cardiovasculares e cerebrais. Aliado a isso, alerta, o alto nível da substância só costuma dar sintomas quando há outras complicações de saúde associadas ao aumento de gordura nos vasos sanguíneos. “A estimativa é que 49% dos infartos na população sejam explicados pelo colesterol alto. Então imagine os benefícios que poderíamos trazer à saúde pública se pudéssemos controlar o colesterol”, ressalta.

Entenda as funções do colesterol

Apesar do excesso de colesterol ser prejudicial à saúde, ele é essencial para o organismo na dosagem certa. O cardiologista explica que, entre as suas funções, estão a de realização da síntese de vários hormônios, incluindo os sexuais, e a manutenção da integridade das células de vários órgãos, a exemplo do coração e do fígado. Ao todo, a substância está dividida em três tipos: HDL (colesterol ‘bom’), LDL (negativo) e os triglicerídeos que servem como fonte de energia para o organismo e estão associados à gordura que recebemos da dieta.

Entre as recomendações para estimular o ‘colesterol bom’, Ferdinand Silveira cita:

  • A prática de atividades físicas;
  • Redução no peso;
  • Consumo de fontes de gordura saudáveis como azeite de oliva, oleaginosas e chocolate 70¨%;
  • Consumo de peixes como salmão.

Dosagem acontece por meio de exame de sangue

A constatação dos níveis de colesterol acontece por meio da dosagem da substância em frações. Nesse caso, o paciente realiza o exame de sangue simples para medir tanto o HDL, quanto o LDL e os triglicerídeos. A partir disso, o médico pode avaliar a exposição do indivíduo ao risco e o quanto ele está protegido pelo colesterol bom.

Embora também existam testes genéticos, Ferdinand Saraiva ressalta que os procedimentos são poucos acessíveis devido ao alto custo. “Então a gente deixa [esses procedimentos] reservados para casos de quem tem pessoas com colesterol muito alto na família e para aconselhamento familiar [quando uma mãe com colesterol alto, por exemplo, quer saber os riscos do filho apresentar o mesmo problema]”, finaliza.

Confira entrevista completa: