Faça-se a Luz – Tribuna do Norte
Woden Madruga
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Na gaveta dos papéis desarrumados encontro uma carta de Benedicto Jenkins para o escritor e folclorista Veríssimo de Melo, datada de 1995 e enviada de Salvador, Bahia. Jenkins, engenheiro, foi diretor-gerente da Companhia Força e Luz do Nordeste, antecessora da atual Cosern, nos anos de 1960, 70, por aí. Bom de papo, carteirinha de boêmio, fazendo mesa nas noitadas natalenses com Luís de Barros e Roberto Freire; Newton Navarro na cabeceira. Vamos ao escrito, começando pelo começo:
“Salvador, 02 de fevereiro de 1995.
Prezado Veríssimo
Agradeço, sensibilizado, o exemplar de seu livro “Fala-se a Luz”, que me foi entregue pelo nosso comum amigo Castilho. Deixei para lhe escrever hoje, 02 de fevereiro, por ser o dia de Iemanjá – Rainha do Mar, dia do presente à mãe-d’água, uma das festas mais tradicionais do folclore baiano.
Se é válida a minha modesta opinião, sobre o seu trabalho, achei-o muito bom. Muito bom mesmo. Porque você conseguiu abordar, dentro de um estilo simples e sem prolixidade, todas as questões relativas à COSERN, desde a sua implantação até o ano de 1992, quando completou 30 anos de existência.
A sua abordagem sobre os sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, foi muito bem colocada; em iluminação pública achei oportuna a sua lembrança do Câmara Cascudo. O nosso Cascudinho do “hapy-hour” do bar de Olívio, na Praça Augusto Severo.
As fotografias de subestações e dos Presidentes que passaram pela Cosern, nesses trinta anos, completa o seu exaustivo trabalho de pesquisa, para apresentar um livro, que, na verdade, é uma fotografia da Cosern.
Quando você fez referência à geração, não pude deixar de lembrar a Usina do Baldo, por ode todos os dias passava, antes de ir para o Escritório da Praça Augusto Severo. Essa usina que, para muitos, causava uma zuada infernal – para outros, ou melhor dizendo, outras, como as meninas de Maria Bôa, sentiam falta dessa zuada, quando, eventualmente, parava uma das unidades geradoras, para manutenção.
Voltando ao seu trabalho, só me resta parabenizá-lo pela sua exaustiva pesquisa que foi compensada, pelo se magnífico trabalho, com muita consistência e sem prolixidade, virtude, aliás, de bom jornalista, como é você.
Você disse muito que eu consegui integrar-me em Natal. Consegui isso, mas não foi fácil, porque, dirigia quando cheguei aí uma companhia americana e, por essa razão, não era olhada, por muitos, com bons olhos. Consegui superar essa situação e recebi, com muita honra, o título de Cidadão Natalense, por unanimidade de voos da Câmara de Vereadores. Fui agraciado com o título de Personalidade do Ano por iniciativa do cronista social Paulo Macedo. Isso confirma, realmente, o que você mencionou.
Finalmente, resta-me agradecer, sensibilizado, a sua nímia gentileza, em citar, o nome do modesto e último gerente da Companhia Força e Luz do Nordeste do Brasil, no seu grande trabalho, muito bem intitulado de “FAÇA-SE A LUZ”.
Parabéns! Receba um fraterno abraço do amigo
Benedicto Jenkins.”
Livro Terça-feira que vem, 26, tem o lançamento do novo livro do escritor e magistrado federal, Ivan Lira de Carvalho, “Onze Faces e Duas Ruas”. São crônicas, artigos, memórias. Prefácio do jurista Ivan Maciel de Andrade. A noitada começa às 18 horas na Galeria Fernando Chiriboga, no Natal Shopping, da Salgado Filho (Candelária).
O livro tem o selo da Offset Editora. Boa leitura.
Pedro Velho Para não esquecer: no dia 27, quarta-feira, é o aniversário de nascimento de Pedro Velho de Albuquerque Maranhão, médico, professor, político, abolicionista, jornalista (fundador do jornal “A República”, onde escrevia artigos). Natal, 1856. Nasceu no bairro da Ribeira, Rua Chile. Foi o proclamador da República no Rio Grande do Norte e seu primeiro governador. Faleceu em 8 de dezembro de 1907, aos 51 anos.
Amor às árvores Deu no jornal O Globo: “Depois de começar a viagem ao Brasil pela Amazônia, Ashley Biden, filha do presidente norte-americano Joe Biden, fez um passeio pelo Jardim Botânico nesta terça-feira. Durante meia hora, a todo tempo de carrinho, ela foi apresentada a pés de pau-brasil, a palmeiras-imperiais e até à imponente sumaúma que fez sucesso entre os visitantes, com a qual fez uma foto. A sumaúma da foto, inclusive, era a favorita do cantor e compositor Tom Jobim, autor de “Garota de Ipanema”.
Buraqueira O ano terminando e a buraqueira permanece invicta pelas estradas do Rio Grande do Norte, mormente as ditas “rodovias estaduais”. Por exemplo: o trecho que liga a cidade de São Pedro à cidade de São Paulo do Potengi, no Agreste, tem mais buracos que na região leste da Ucrânia.
Isso sem falar – mais grave ainda – de muitos trechos sem acostamento, o mato batendo no retrovisor do carro, da ambulância, do ônibus escolar. Pode ser também do caminhão. Ou do misto de Juvino.
Chuva Novembro findando com semana seguida sem chuva pelas veredas do Rio Grande do Norte, cenário normal neste período. De domingo, 17, até sexta-feira, 22, zero de chuva. Na Paraíba, há registro de chuviscos ao redor de João Pessoa, não passando de 6 milímetros.
No Ceará, chuvinhas finas na região do Cariri, coisa de 5 milímetros no município de Milagres. Só. O Piauí tem registros de chuvas no sul do Estado, que entrou no seu período “pré-chuvoso”. Dezembro, janeiro e fevereiro são os meses mais chuvosos no Piauí.
É de lá que começa a caminhada até às bandas do Rio Grande do Note, atravessando o Ceará de Padim Ciço. Amém.
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