Foguete que será lançado pela FAB vai levar mensagens de alunos ao espaço
Programado para o dia 29/11, o lançamento do foguete suborbital VS30 V15 vai levar ao espaço cerca de mil cartas escritas por alunos de quatro cidades próximas ao Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), da Força Aérea Brasileira (FAB). As mensagens, que têm como tema central o futuro, voltarão à Terra depois de cruzar a atmosfera e ficarão depositadas no Oceano Atlântico, eternizando os sonhos, os ideais e as aspirações desses jovens.
A ação cívico-social, que foi idealizada pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), da FAB, e coordenada pela Agência Espacial Brasileira (AEB), tem como ponto de partida o Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE). O documento sinaliza a importância de despertar o fascínio pelo espaço em crianças e adolescentes.
Foto: Sargento Mônica / CECOMSAER / AEB
Inspirada por essa ideia, a iniciativa deu oportunidade aos alunos da rede pública de ensino dos municípios de Natal, Parnamirim, São José de Mipibú e João Câmara, no Rio Grande do Norte, de refletir sobre o que desejam para as próximas gerações. As cartas foram inseridas no foguete durante uma cerimônia realizada no Centro Vocacional Tecnológico Espacial Augusto Severo, nesta quinta-feira (21/11).
Animada com a chance de pensar sobre o futuro e incluir o resultado dessa reflexão em um veículo suborbital que viajará, em breve, ao espaço, a estudante Rebeca Barbalho de Oliveira, 17 anos, comenta que a sensação de participar dessa iniciativa é muito boa. “É interessante pensar que vou participar do lançamento de um foguete com algo que escrevi”, conta.
Já o jovem Lucas Felipe Cícero, 17 anos, destacou que a experiência será marcante. “Estamos levando as nossas palavras ao espaço para que voltem a uma nova geração. Espero que, no futuro, o ser humano consiga encontrar paz. Acredito que, em 50 anos, vamos conseguir achar um meio de sobreviver e nos renovar”, complementa.
Foto: Sargento Mônica / CECOMSAER / AEB
A estudante Yasmin Felix Teixeira da Silva, 16 anos, aproveitou a iniciativa para aguçar o interesse acerca do espaço. “Não pensava muito sobre espaço, ciência e tecnologia, por exemplo. A vinda para cá abriu a minha mente”, diz. Ela explica que, participando da ação, descobriu uma vontade de se tornar profissional da área aeroespacial.
O monitor do Centro Vocacional Danilo Lima, de 18 anos, percebeu essa inclinação há alguns meses e, hoje, sente orgulho por ajudar os professores a sensibilizar outros jovens. “Antes, era apenas entretenimento. A partir do ingresso no CVT, passei a ensinar as crianças da rede pública sobre o setor espacial”, complementa.
Centro Vocacional Tecnológico Espacial
Instalado em Parnamirim, o Centro Vocacional Tecnológico Espacial (CVT-E), da Agência Espacial Brasileira (AEB), oferece atividades para difundir o conhecimento científico. Foi implementado em parceria com o CLBI e, além de estimular o aprendizado voltado para crianças e adolescentes, tem estrutura para capacitar pessoal técnico, facilitar a inserção social e qualificar professores, universitários e outros profissionais nos temas relacionados às atividades espaciais.
Operação Potiguar
Ativada nesta semana, a Operação Potiguar é dividida em duas fases. Na primeira, será lançado um foguete de sondagem modelo VS30 para treinar a equipe do Centro e verificar equipamentos e processos envolvidos na atividade.
Foto: Sargento Mônica / CECOMSAER / AEB
Já na segunda fase, prevista para o segundo semestre de 2025, outro foguete de mesmo modelo será lançado. O intuito é qualificar o sistema de recuperação da parte superior do veículo, conhecida como plataforma suborbital de microgravidade (PSM). Com o término da operação, o Brasil deve conquistar maior autonomia em eventos de lançamento de veículos suborbitais.
VS30 V15
Com oito metros de comprimento e quase uma tonelada de combustível sólido, o VS30 V15 é um foguete de sondagem monoestágio, não-guiado e lançado por meio de trilho. Projetado pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), o engenho espacial pode alcançar altitude máxima de pouco mais de 150 quilômetros, com uma velocidade máxima de seis mil km/h.