Política

França boicota acordo bom para o Brasil

França boicota acordo bom para o Brasil
Publicado em 07/06/2025 às 18:18

Ney Lopes
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A situação geopolítica a partir do governo Trump, a desaceleração econômica, a ascensão do protecionismo tanto nos Estados Unidos quanto na China e o risco de uma guerra comercial fornecem argumentos para os defensores da assinatura do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul.

A União Europeia (UE) é uma união política e económica de 27 estados-membros europeus, que visa promover a integração e a cooperação entre os países membros. Foi oficialmente criada, em 1992, com a assinatura do Tratado de Maastricht. Trata-se de uma união econômica e política que estabelece a livre circulação de pessoas, capitais e mercadorias entre os seus países-membros.

O Mercosul é um acordo de livre comércio criado em 1991 pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai e acompanhado em 2023 pela Bolívia. Vários outros países estão ligados a ele e são considerados associados a Estados: Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname. Entre 2012 e 2016, a Venezuela foi brevemente membro da aliança comercial.

Após 25 anos de negociação, Mercosul e União Europeia anunciaram em 6 de dezembro de 2024, um acordo para alavancar o comércio entre os dois blocos. Seria a maior parceria de comércio e investimento que o mundo já viu criando um mercado de 700 milhões de pessoas”. No entanto, faltaram várias etapas para o acordo entrar em vigor. A França é a principal opositora, devido à forte oposição de produtores agrícolas.

Os agricultores franceses receiam que o acordo abra as portas a importações maciças, a preços mais competitivos, de produtos que não cumpram os mesmos padrões ambientais e sociais originários da Europa. Por outro lado, o acordo seria bom para o Brasil. Aumentaria o acesso brasileiro ao mercado europeu, principalmente na área de commodities, e também abre o mercado brasileiro para alguns produtos europeus, como indústria farmacêutica, setor de veículos e também serviços. Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontou que o acordo poderia ter impactos positivos sobre o produto interno bruto do Brasil (PIB). Segundo o estudo, entre 2024 e 2040 o PIB do país teria um aumento acumulado de 0,46%, o equivalente a US$ 9,3 bilhões por ano.

O acordo terá de ser ratificado pelo Parlamento Europeu. Alemanha e Espanha são a favor. A Polónia e a Áustria, por sua vez, manifestaram a sua oposição. Nem previsão se pode fazer. Macron, politicamente fraco e pressionado, dificilmente atenderá os apelos para que a França adira ao Acordo. Somente o plenário do Parlamento Europeu dará a palavra final.

Hoje na história


8 de junho — Comemora-se o Dia Mundial dos Oceanos. No Brasil, feriado nacional – a Solenidade de Corpus Christi. Outras datas históricas:

452 — Atila, o Huno invade a Itália.

570 — Em Meca é fundado o Islã.

632 — Morte de Maomé, líder religioso e político árabe.

1191 — Ricardo Coração de Leão chega à Terra Santa para sua cruzada.

1972 — Guerra do Vietnã: Phan Thị Kim Phúc, de nove anos, é queimada por napalm, um evento capturado pelo fotógrafo da Associated Press, Nick Ut, momentos depois, enquanto a jovem é vista correndo por uma estrada, no que se tornaria uma icônica foto vencedora do Prêmio Pulitzer.

Curtinhas


Sínodo – Aberto neste sábado o Sínodo de Natal, importante evento da Igreja Católica, que seguirá até o final de 2026, tendo como tema: “Igreja de Natal, o que dizes de ti mesma? “E como lema: “E vós, quem dizeis que eu sou?. Sínodo é um processo de escuta da comunidade, colhendo opiniões sobre orientações litúrgicas, sacramentais, pastorais e administrativas da Igreja. Excelente iniciativa do arcebispo metropolitano de Natal, Dom João Santos Cardoso

Nordestão – A empresa responde aos “boatos” de que seria vendida. Vai investir 30 milhões em seis unidades e cinco em Mossoró nos próximos 18 meses. Grupo nativo que cresce.

Sucesso – O prefeito Paulinho Freire já comemora antecipadamente o sucesso do “São João em Natal”. Os primeiros eventos mobilizaram multidões.

Unimed – O médico Márcio Rêgo, presidente da Unimed Natal, começa a gestão com providencias que poderão agilizar o atendimento dos usuários. Um ponto crucial é a liberação de exames solicitados pelo médico para pacientes em estado grave, as vezes até já internados.

Conversa – Trump finalmente conversou com Xi Jinping. O “papo” durou uma hora e meia. O último contato dos dois tinha sido em 17 de janeiro, três dias antes da posse.

Egos – Aliança ou amizade viril, convergência de interesses ou fascínio mútuo: tudo isso acabou entre Donald Trump e Elon Musk. Explosão de rara violência entre dois egos sem limites.

Escândalo – A venda de mestrados reacende o flagelo da corrupção no Marrocos. O plano para falsificar diplomas oficiais da Universidade de Agadir envolve professores, advogados e altos funcionários.

Evangélicos – Número de evangélicos sobe para 26,9% no país enquanto católicos perdem 8,4 pontos percentuais.

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