Governador do Acre depõe ao STJ e alega “assassinato de reputação” e impacto pessoal das acusações
Brasília – Em um depoimento no Superior Tribunal de Justiça (STJ) nesta terça-feira (5), o governador do Acre, Gladson Cameli (PP), rebateu acusações de liderar um esquema de desvio de recursos públicos, reiterando sua inocência e classificando o processo como um “assassinato de reputação” com “alto custo pessoal e familiar”. Cameli é réu por lavagem de dinheiro, organização criminosa, peculato, fraude em licitações e corrupção ativa e passiva, conforme denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) em novembro de 2023.
A denúncia tem origem na Operação Ptolomeu, que investigou, desde 2019, possíveis irregularidades envolvendo a contratação da empresa Murano Construções. Segundo a acusação, Cameli teria encabeçado um esquema fraudulento para desviar recursos públicos por meio de processos licitatórios manipulados.
Em nota, o governador defendeu-se, afirmando que o depoimento ao STJ foi “uma oportunidade de apresentar minha defesa e dialogar formalmente com a justiça sobre todo esse assassinato de reputação ao qual fui submetido”. Ele destacou as dificuldades enfrentadas na vida pública e os custos pessoais impostos pelo processo.
“Quando escolhi a vida pública, sabia dos percalços… a disposição pelo bem servir ao povo do Acre estava acima das dificuldades”, escreveu Cameli. “Sigo confiando em Deus, nas pessoas e na justiça, com gratidão a Deus, aos meus familiares e amigos e, acima de tudo, ao povo do Acre por todo o apoio.”
O governador, no entanto, ainda enfrenta o desenrolar das investigações, com a expectativa de que novas fases do processo possam trazer mais detalhes sobre as acusações.