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Publicado em 31/05/2025 às 2:20

Nesta entrevista ao portal Noticias da Hora, o governador Gladson Cameli avaliou sua gestão, fez análises e projeções, ressaltando os desafios que o Progressistas ainda tem pela frente

Gladson Cameli detalha projetos em infraestrutura, saúde e educação que devem transformar a economia acreana; anúncio foi feito durante evento com empresários e prefeitos. Foto: cedida 

Jorge Natal/Notícias da Hora

O governador Gladson Cameli projeta um futuro de liberdade e superação do subdesenvolvimento para o Acre. Em um balanço de sua gestão, Cameli anunciou investimentos de R$ 1 bilhão, visando impulsionar a economia local.

A trajetória política de Gladson Cameli, de 47 anos, teve início em 2006, quando ele se elegeu deputado federal pela primeira vez. Em 2012 assumiu a presidência do então PP. Naquele período, o Estado enfrentava uma economia fragilizada e uma grave crise social. Cameli buscou resgatar a identidade e o protagonismo do partido, transformando a agremiação no maior partido da história política do Acre. Atualmente, além de governador, a legenda conta com a vice-governadora, seis deputados, quatro vice-prefeitos, 69 vereadores e 14 prefeitos. O presidente nacional do partido, Ciro Nogueira, descreveu a ascensão como “um fenômeno”.

O governador atribui o sucesso a um esforço coletivo, mas a sua liderança foi determinante. O estadismo, o carisma e a capacidade de aglutinar foram cruciais para o patamar atual do partido. “Esse mérito é de todos vocês, filiados, aliados e principalmente da população acreana”, afirma Cameli, que goza de uma aprovação de governo em torno de 75% e é considerado o maior líder político do Acre desde sua autonomia.

O foco da gestão é intensificar a produção agropecuária. Com a liberdade para cultivar grãos como soja e milho, o governo visa fortalecer a piscicultura, a criação de aves e, especialmente, de suínos, com o uso de ração regionalizada. A pecuária de corte, ainda em consolidação, busca incorporar ciência e tecnologia para expandir-se para as regiões dos Vales do Juruá e Purus.

Gladson Cameli assegura que a infraestrutura será adequada e ampliada para incentivar a produção em larga escala. Além disso, o governo continuará criando um ambiente favorável, com incentivos e isenções fiscais, para a atração de novas indústrias. “O Acre respira liberdade para produzir, é exportador e em breve estará em outro patamar de prosperidade”, vislumbra o governador, que celebra os constantes aumentos do PIB e anuncia a reativação da Zona de Processamento e Exportação (ZPE).

Nesta entrevista, o governador Gladson Cameli avaliou sua gestão, fez análises e projeções, ressaltando os desafios que o Progressistas ainda tem pela frente. Ele reiterou a promessa que há mais de um século embala o sonho dos acreanos:

“Vamos sair do subdesenvolvimento”.

– No início do seu governo, o senhor recebeu o Acre em condições adversas e, logo em seguida, veio a pandemia. Comente sobre isso.

Gladson Cameli – Eu não costumo olhar para o retrovisor. Isso é para não perder tempo. O Brasil, naquele momento, vivia uma crise econômica e política. Alinhamos as contas, fiscal e financeira, nos preparamos para entrar em 2020 e iniciar grandes projetos. Mas veio a pandemia. Graças a Deus e a nossa equipe, arregaçamos as mangas e enfrentamos a doença. Demos o máximo de nós.

– O Acre está vivendo um novo momento no campo econômico, destacadamente na parte leste do estado, onde ficam os municípios às margens da BR 317. A prova desse “boom” econômico são os constantes aumentos do PIB. O que o senhor atribui a isso?

Gladson Cameli – Primeiro, o respeito que tenho pela população, pelas instituições, pelas leis ambientais, pela minha equipe e pelo setor produtivo. Todo dia é um aprendizado novo. Não prometemos aquilo que não podemos cumprir, ou seja, a gente busca ser honesto e transparente. O Acre, graças a Deus, está decolando economicamente. Por causa desse novo porto, a ZPE agora é a menina dos olhos de investidores. Como um mais um é dois, pode ter certeza, o Acre sairá do subdesenvolvimento. No nosso governo não há extremismos ou radicalismos, e sim uma imensa vontade de melhorar a vida da nossa gente.

– Os Estados que possuem reservas de petróleo estão em outro patamar de desenvolvimento. O Acre não tem esse recurso natural, mas tem florestas, inclusive algumas de sua propriedade. Por que o governo não entra no emergente mercado de carbono?

Gladson Cameli – A lei que regulamenta o mercado de crédito de carbono no Brasil foi criada em dezembro do ano passado. Ela institui o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), que estabelece as bases para a criação de um mercado regulado de carbono no país, permitindo a compra e venda de créditos de carbono. Já estamos fazendo essas tratativas, mas, como é algo muito recente, ainda estamos aguardando decisões, principalmente daquelas que vierem com a COP30, evento da ONU, que acontecerá em novembro em Belém do Pará. Como você disse, é um mercado emergente e o Acre, pode ter certeza, vai se inserir nesse negócio, mesmo porque, em se falando desse assunto, somos protagonistas e estaremos no centro do mundo.

– O senhor nunca trocou de legenda. Vai manter essa coerência?

Gladson Cameli – Com toda certeza. Foi esse partido que me deu tudo que conquistei, desde 2006, quando fui eleito deputado federal. Desde criança, o meu desejo de entrar na política passava pelo Progressista, inclusive a minha família tem essa tradição. Eu não tenho porque mudar. É o partido que dirigentes nacionais nos dão voz e vez, inclusive agora com a federalização com o União Brasil.

– O que ou a quem o senhor atribui esse crescimento partidário, inclusive com reconhecimento nacional?

Gladson Cameli – À confiança que a população deposita em mim, principalmente por eu falar a verdade, doa a quem doer. Também à consciência de que o governo é para servir a população. Ninguém se perpetua no poder, que não é para todos.

– Como o senhor se sente sendo presidente do Progressista?

Gladson Cameli – É uma honra e uma enorme responsabilidade. Tenho muita gratidão por esse partido. Se tivesse que escolher entre ser governador e presidente do Progressista, eu escolheria os dois (risos). Sair do partido seria uma infidelidade e uma ingratidão. Vou continuar honrando essa sigla. Eu gosto de desafios, mas sem pressão. E por quê? Porque estamos lidando com a vontade das pessoas. A política precisa ser suave e saudável. E o eleitor, todos sabemos, é sábio.

– Quais são as satisfações do seu governo?

Gladson Cameli – A satisfação é poder andar nas ruas e a população te acolher. É poder andar de cabeça erguida. Eu sou muito grato à minha equipe, que tem uma paciência enorme comigo. Essa aprovação é também dos motoristas, das pessoas que fazem a minha segurança, daquelas que servem o cafezinho, enfim, de todos.

– O senhor esteve na China e no Peru e pôde ter contato com a proposta de criação de um novo corredor de exportação e importação mundial. Esse novo modal cortaria o Brasil, inclusive passando pelo Acre. Comente sobre isso.

Gladson Cameli – Eu não sou de criar expectativas. Nós temos a Serra do Divisor, que é um parque nacional. Para esse corredor sair, via Cruzeiro do Sul-Pucallpa, é preciso fazer uma rodovia ecológica com todas as exigências para reduzir o impacto ambiental. É preciso desviar toda a serra, ou seja, passando necessariamente pelos municípios de Rodrigues Alves, Porto Walter e Marechal Thaumaturgo. Mas esse é um componente geopolítico estratégico. O Acre sempre teve esse desejo de se integrar com o Peru por aquela região. Temos mercados consumidores próximos e estamos no centro. Mas veja bem: é um projeto a longo prazo.

– Falando em projetos, quanto o senhor tem para investir nos próximos anos?

Gladson Cameli – Contando com tudo, temos mais de R$ 1 bilhão. Só o Deracre vai executar R$ 800 milhões. Na próxima semana, vamos dar a ordem de serviço do Viaduto da Corrente. O meu foco é executar esses recursos. A eleição a gente deixa para o ano que vem. A antecipação desse debate é muito ruim para a gestão. É uma tensão desnecessária. Quando chegar em dezembro, eu vou fazer um churrasco e reunir a minha equipe. E sabe o que eu vou dizer? Gratidão, gratidão.

– Comente sobre os 60 anos do Progressistas.

Gladson Cameli – O nosso partido ajudou a escrever a história do Acre. As duas pontes de Rio Branco, ligando o Primeiro com o Segundo Distrito, foram nos nossos governos. É inegável a contribuição de nossos gestores, notadamente na infraestrutura. Não foi por acaso que a integração terrestre (nacional e estadual) se deu nos governos de Edmundo Pinto e Orleir Cameli. Acrescente-se a isso a Ponte do Rio Madeira, inaugurada há poucos anos.

Entre tantas outras realizações progressistas, só a título de exemplo, destacam-se a criação da Ufac, a introdução da agropecuária em nossa região e a criação dos Núcleos Rurais Integrados (Nari’s), nos governos de Jorge Kalume, Wanderley Dantas e Geraldo Mesquita, respectivamente. O Progressistas deixou todo esse legado. O nosso partido não é dez. Somos onze (risos).

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