Natal é a 11ª cidade brasileira com mais celulares roubados
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024 apontou que, das cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes, Natal é a 11ª com o maior registro de celulares roubados e furtados. O estudo mostra que a capital potiguar apresentou uma taxa de 1.265,5 roubos e furtos de celular para cada 100 mil habitantes. Quem lidera o ranking é Manaus/AM, com taxa de 2.096,3. Os dados são referentes ao ano de 2023.
O Rio Grande do Norte ainda tem outras duas cidades no Top 50. Parnamirim aparece na 16ª posição, com taxa de 1.134,1 aparelhos subtraídos a cada 100 mil habitantes. A outra cidade potiguar é Mossoró, na 47ª posição, com taxa de 769,2.
A lista apresenta cidades de 19 Unidades da Federação. O estado com mais cidades entre as maiores taxas de roubo e furto de celulares do país foi São Paulo, com 15 municípios no ranking das 50.
Em relação ao Estado como um todo, os dados são diferentes. O Rio Grande do Norte registrou uma crescente nos furtos de celulares no ano passado. O Estado teve um aumento de 4,7%, passando de 6.720 em 2022 para 7.038 em 2023. Já em relação aos roubos de aparelhos celulares houve redução de 8,6%, caindo de 11.656 para 10.648, no mesmo recorte de tempo. Somados os dois crimes, o Estado contabilizou 17.686 roubos e furtos em 2022, o que representa uma queda de 3,8% em comparação a 2022.
Apesar dos dados revelarem uma melhora tímida nos índices, os crimes ainda são uma preocupação constante, uma vez que, nos dias atuais, com aparelhos cada vez mais modernos, é comum que arquivos e documentos pessoais estejam concentrados no celular. Portanto, a perda vai além do valor financeiro do aparelho, que funciona como um baú de informações pessoais, com dados de contatos, mensagens, fotos, e-mails e até mesmo senhas de acesso a aplicativos e contas bancárias. A exposição dessas informações pode abrir as portas para uma série de golpes financeiros.
Sesed vê avanços no combate aos roubos e furtos
O secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesed), Francisco Araújo, disse em entrevista à TRIBUNA na última semana que o resultado significa um avanço no RN. Ele atribui a diminuição nos roubos a implementação do Sistema de Procedimentos Policiais Eletrônicos (PPE). “Depois de 2021, nós conseguimos colocar internet em todas as delegacias e computadores, então qualquer pessoa que tiver o celular furtado ou roubado tem a facilidade de fazer o boletim eletrônico. Na semana passada, em Brasília, nós participamos de uma reunião e o RN aderiu ao protocolo do Procel, para termos um controle maior dos furtos e roubos de celulares”, comenta.
O Protocolo Nacional de Atuação Unificada de Recuperação de Celulares Furtados ou Roubados (Procel) formula diretrizes gerais, baseadas no projeto Recuperação de Celulares do Estado do Piauí, e que abrangem várias fases de cunho investigativo e operacional. De acordo com o governo, o objetivo é a recuperação do bem subtraído/roubado, com a identificação dos receptadores, cessando assim o ciclo criminoso para gerar uma maior sensação de segurança e paz social.
Apesar de serem confundidos como sinônimos, roubo e furto são dois termos distintos no âmbito legal, cada um caracterizado por diferentes circunstâncias e elementos. O roubo envolve a aquisição de bens ou propriedades de outra pessoa mediante o uso de ameaça, violência ou coerção. Por outro lado, o furto consiste na apropriação de propriedade alheia sem o uso de força direta ou ameaça imediata. Araújo alerta para a necessidade de fazer o registro por meio do boletim, seja eletrônico ou físico nas delegacias.
“A gente tinha bastante subnotificação e acredito que agora não temos mais por causa dessa facilidade. É importante que as pessoas façam esse registro porque só assim o sistema vai poder computar e, posteriormente, até mesmo recuperar o celular roubado ou furtado dessa pessoa. O ideal seria não ter nenhum, mas essa diminuição já representa um avanço”, pontua.