Rogério Marinho critica inquérito sobre golpe
Em pronunciamento de sete minutos em seu canal no YouTube, o presidente estadual e secretário nacional do Partido Liberal (PL), senador Rogério Marinho, avalia a fragilidade do inquérito da Polícia Federal sobre suposto golpe de Estado, mas alerta sobre o afastamento da presunção de inocência e pré-julgamento dos indiciados.
“Finalmente. depois de quase dois anos de um inquérito que nunca terminava e apura o que ocorreu no dia 8 de janeiro, a Polícia Federal apresenta um relatório, onde, claramente, o princípio da presunção de inocência foi afastado”, disse o senador potiguar, que acredita que o PL dará a volta por cima nas eleições gerais de 2026.
Para Rogério Marinho, “já há um pré-julgamento feito, inclusive, por aqueles que deveriam zelar pela Constituição Brasileira, os juízes que vão julgar esse caso, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em especial Alexandre Moraes, que não tem nenhuma isenção para fazer esse julgamento, uma vez que é suposta vítima, e ele é quem acusa, prejulga e, no final, dará uma sentença”.
Constituição
Marinho disse que a Constituição Federal “precisa ser cumprida, o que nós queremos, é que haja isenção, transparência e serenidade”, tendo em vista, que “salta aos olhos uma construção forçada de uma narrativa, a Polícia Federal no inquérito anterior, que fala sobre uma suposta tentativa de envenenamento e de assassinato de autoridades da República, narra que há uma forte inteligência militar”.
Nesse mesmo inquérito, segundo Marinho, “mostra-se que um major do Exército sequer conseguiu pegar um táxi para chegar até o Pátio Brasil, de uma das quadras da capital, Brasília. A conversa entre eles que foi divulgada, no primeiro inquérito mais recente de um dia ou dois que antecedeu o inquérito final, mostra que esses aloprados estão chateados, estão indignados porque o presidente Bolsonaro não dava ordem de golpe, não estimulava golpe, pelo contrário”.
“Não é possível que tenhamos alguém como o presidente Bolsonaro, que não foi declarado inelegível por corrupção, está sendo declarado inelegível porque no exercício do seu mandato de presidente da República, reuniu-se com os embaixadores. E em outro processo, porque fez um comício ao lado de empresários, como o proprietário da Havan, algo muito diferente do atual presidente da República, que por um erro técnico ou formal foi julgado descondenado pelo mesmo STF”, relembrou o senador.
Isenção
O senador Rogério Marinho afirmou, ainda, que o Ministério Público “precisa ter a necessária isenção e a serenidade para se debruçar sobre os autos do processo e afastar as ilações, afastar as narrativas e se debruçar sobre os fatos”.
Marinho disse que “os fatos claramente demonstram que havia um grupo de aloprados, que não teve adesão nem do presidente nem do seu entorno mais próximo, nem tampouco dos principais comandantes das Forças Armadas brasileiras.’
Então, continuou o senador, “é uma coisa muito diferente, falar a respeito de um artigo da Constituição que é o estado de sítio previsto na Constituição e que precisa ser, para ser validado, submetido ao Congresso Nacional”. “Outra coisa”, avaliou o senador, “é propor um golpe à margem da Constituição e mesmo essa consulta não prosperou, não foi levada adiante”.
Direita
Rogério Marinho acredita que a direita conservadora “está cada vez mais forte no Brasil e no mundo. Os resultados das eleições municipais e o resultado da eleição do presidente Trump, a forma avassaladora com que ele venceu as eleições nos Estados Unidos. O PL sai de 11º partido em número de votos para primeiro colocado nas eleições municipais. Passa a ser o partido com a maior presença nos grandes centros eleitorais urbanos do país”.
Na análise do senador, “tudo isso assusta a esquerda brasileira, que está envolta com um grave problema de risco fiscal, as contas públicas estão em bancarrota, a dívida pública aumenta de forma geométrica, os descalabros e a falta de zelo com os recursos públicos e com a liturgia do cargo, tem sido uma tônica nesse governo, basta ver a forma como se comporta a primeira-dama com as suas gafes diplomáticas”.
Crise
Essas questões, no entendimento do senador, demonstra, inclusive a falta de conexão que o PT hoje tem com a sociedade brasileira, o PT que defende uma pauta da década de 80. “É evidente que precisa tirar o foco dos problemas que o país atravessa hoje, o PT que defende um estado gigantesco, hipertrofiado, o aparelhamento da máquina pública, todos aqueles problemas que nos levaram à principal e maior crise econômica desde 1948 em 2015 e 2016, estão voltando agora com muta força. É o PAC, são as velhas práticas, são os velhos hábitos, são os mesmos personagens, nós sabemos aonde isso vai terminar”. Então, arguiu Marinho, “a direita está cada vez mais forte, cada vez mais unida e em 2026 nós vamos voltar com muita força e o grande líder da direita, indubitavelmente, é o presidente Bolsonaro”.
2026
Ele também acredita que as eleições de 2026, “vão ser sim afetadas pelo que está acontecendo hoje, mas com o sentimento de que há uma perseguição a um grupo político, de que há uma forma diferente de se tratar os espectros políticos da sociedade brasileira”.
“Quando a esquerda se posiciona no sentido de quebrar instituições, de propor assassinato de pessoas, de até utilizar veículos, como jornais para escrever a respeito do tema, brincar de futebol com a cabeça do presidente, tudo isso é liberdade de expressão”, apontou Marinho, que prosseguiu: “Quando acontece do outro especto ideológico, não que a gente defenda nem um nem o outro, passa a ser um ato terrorista e a população está vendo isso, assistindo a forma desigual como a direita está sendo tratada no país e o afã autoritário que este governo, que aí está, infelizmente, com alguns integrantes da própria cúpula do Judiciário, tentam calar e emudecer e a a população brasileira através do controle das mídias sociais e até da da Imprensa formal”.
Por fim, o senador Rogério Marinho disse esperar que “haja justiça, não vamos desistir do Brasil; não vamos ficar calados. Nosso papel como parlamentar e no meu caso como líder da oposição, como secretário geral do principal partido de oposição no país, é apontar as arbitrariedades, os desmandos e apontar as incongruências e defender, até o final, o direito de sermos protegidos pela lei e pela Constituição, precisamos voltar a ter normalidade democrática no país e nós acreditamos que ao final a justiça será feita e o presidente Bolsonaro, o presidente Valdemar Costa Neto, e outros terão a sentença ao final desse processo de inocência, é o que nós esperamos”.