Roraima é único estado que ainda deve registrar alta taxa de fecundidade até 2064
Roraima ainda é o único estado brasileiro que registra crescimento populacional, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados na última quinta-feira (22). Em 2023, a taxa de fecundidade no estado permaneceu acima de dois filhos por mulher em idade reprodutiva, em contraste com a tendência de queda observada no restante do país.
Segundo o IBGE, para que a população de um estado se estabilize, sem considerar a migração, é necessária uma taxa de fecundidade de 2,1 filhos por mulher. Roraima manteve essa média até o ano passado (2,26), seguido por Mato Grosso (1,98) e Amazonas (1,96).
Número de filhos nos próximos anos
No Brasil, enquanto a taxa de fecundidade deve cair para 1,4 filho por mulher entre 2035 e 2049, Roraima ainda apresenta taxas mais elevadas, principalmente entre mulheres de 20 a 24 anos, seguidas pelas faixas de 25 a 29 anos e de 15 a 19 anos. O estado também tem uma das maiores taxas de fecundidade entre meninas de 10 a 14 anos, conforme projeções para 2023 e 2024.
Embora a fecundidade esteja em declínio em todo o Brasil, Roraima segue essa tendência de forma mais lenta. Conforme o IBGE, Santa Catarina e Roraima devem começar a reduzir sua população apenas em 2064. Entre os fatores conta a migração venezuelana no estado.
A migração entre unidades da federação é um fator muito importante nas dinâmicas populacionais. Alguns estados são a origem e outros, o destino desses migrantes. Isso vai fazer com que cada estado tenha sua inflexão populacional em um momento diferente.
explicou Izabel Marri, gerente de Estudos e Análises Demográficas do IBGE.