Três casos de coqueluche são confirmados na capital e Sesau emite alerta

Três casos de coqueluche são confirmados na capital e Sesau emite alerta
Publicado em 03/10/2024 às 21:57

A Secretaria de Saúde de Roraima (Sesau) emitiu um alerta aos 15 municípios do estado, solicitando o reforço das ações de vigilância contra a coqueluche, uma infecção respiratória que afeta principalmente crianças. O aviso foi feito após a confirmação de três casos da doença em adolescentes no município de Boa Vista.

Segundo a Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde (CGVS), o primeiro caso foi confirmado em um adolescente de 16 anos. A suspeita surgiu em 15 de setembro, quando ele foi atendido em uma unidade de saúde da rede privada. No dia 24, amostras foram coletadas e encaminhadas ao Lacen-RR (Laboratório Central de Saúde Pública de Roraima). A confirmação veio em 26 de setembro, com a análise realizada no Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo.

“O Lacen-RR informou o caso para o Núcleo de Controle da Meningite, Difteria e Coqueluche, que é subordinado ao Departamento de Vigilância Epidemiológica do Estado, para que fossem adotadas as medidas de controle e investigação por parte do município de Boa Vista”, afirmou a gerente do Núcleo de Controle, Elaine Queiroz.

Dois outros casos, também em adolescentes de 15 anos, foram notificados em 27 de setembro, com a confirmação por PCR liberada em 1º de outubro. Os três adolescentes receberam tratamento nas Unidades Básicas de Saúde, e, no dia 3 de outubro, foi realizada uma campanha de bloqueio vacinal no estabelecimento de ensino em que estudam, vacinando seletivamente indivíduos que não tinham o esquema completo ou que não haviam tomado nenhuma dose da vacina contra a coqueluche.

O que é a Coqueluche

A coqueluche, causada pela bactéria Bordetella pertussis, se caracteriza por crises de tosse seca e pode afetar a traqueia e os brônquios. Em bebês com menos de seis meses, a doença pode evoluir para complicações graves, levando à morte, se não tratada adequadamente. A transmissão ocorre pelo contato direto com gotículas expelidas pela tosse, espirro ou fala de uma pessoa infectada. Em casos raros, objetos contaminados também podem transmitir a doença.

“O recomendado é que, ao apresentar sintomas, os indivíduos procurem a Unidade Básica de Saúde mais próxima, onde receberão orientações sobre coleta, tratamento, isolamento e notificação para investigação do caso”, orientou Elaine Queiroz.

O Ministério da Saúde confirmou 1.895 casos de coqueluche em 20 estados, incluindo Paraná (585), São Paulo (543) e Minas Gerais (205). Em Roraima, além dos três casos confirmados, a Sesau segue monitorando possíveis novos casos.

Recomendações da Sesau aos municípios

Entre as orientações feitas pela Sesau para reforçar o combate à coqueluche nos municípios estão:

  • Sensibilizar os profissionais de saúde para a identificação precoce de casos suspeitos e a notificação imediata à vigilância epidemiológica municipal.
  • Informar o Núcleo de Controle do Estado sobre novos casos em até 24 horas.
  • Realizar investigações rápidas de todos os casos suspeitos e confirmados para adoção de medidas de controle.
  • Coletar amostras de secreção de nasofaringe seguindo os procedimentos recomendados para análise laboratorial.
  • Implementar o uso de antibioticoterapia (quimioprofilaxia) em pessoas que tiveram contato com casos suspeitos.
  • Avaliar regularmente as coberturas vacinais e implementar estratégias de vacinação, especialmente onde a cobertura está abaixo de 95%.
  • Reforçar o esquema vacinal com a vacina Pentavalente em crianças e DTP em menores de 7 anos.
  • Para gestantes, aplicar uma dose da vacina dTpa a partir da 20ª semana de gestação, para garantir a imunização passiva do recém-nascido.
  • Atualizar a vacinação de todos os trabalhadores de saúde e disseminar informações epidemiológicas à população e aos serviços de saúde.

A Sesau também reforça a importância de campanhas de conscientização sobre a coqueluche e a vacinação em todos os municípios.

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