Um brasileiro universal – Tribuna do Norte

Um brasileiro universal – Tribuna do Norte
Publicado em 10/09/2024 às 2:08

Alex Medeiros
@alexmedeiros1959

Acho um tanto improvável que alguém da minha geração não tenha dançado de corpo colado e olhos fechados a canção “Never Gonna Let You Go”, a partir de 1982 no auge dos nossos vinte anos. A balada amorosa composta pelo casal Barry Mann e Cynthia Weil foi gravada naquele ano pela cantora Dionne Warwick e pelo cantor Steve Woods, mas chegou nos nossos bailinhos no compacto de Sergio Mendes que antecipou o álbum de 1983.

Nas duas gravações de Mendes, a música foi cantada pela dupla Joe Pizzulo e Leeza Miller, exatamente aquela que ganhou o mundo, que galgou o topo da Bilboard e entrou para a história como um dos hits que definiu a porção romântica da década de 1980. Quem ouve até hoje a canção e compreende o teor amoroso da sua letra ainda se emociona ao lembrar de uma juventude que viveu um tempo histórico que moldou nossos aspectos afetivos e humanistas.

O músico Sérgio Mendes faleceu na última quinta-feira, aos 83 anos, em sua casa em Los Angeles, onde viveu desde 1964 quando saiu do Brasil numa comitiva da Bossa Nova e que ao final da viagem foi o único que não retornou.

Com convicção baseada nos fatos, afirmo que Sergio Mendes foi e é o nome da música brasileira de maior reconhecimento mundial. Durante 60 anos, esteve em destaque no circuito musical dos EUA, refletindo no Japão e Europa.

Amigo de grandes legendas da música norte-americana, dividiu palco e disco com Frank Sinatra, Elvis Presley, Dave Brubeck, Herb Alpert, Stan Getz, Dizzy Gillespie, Stevie Wonder, Paul Anka, John Legend e a banda Black Eyed Peas.

No auge do sucesso mundial, sua banda contava com duas cantoras de vozes afinadíssimas, as “female crooners” Lani Hall e Karen Philip. Com elas, ele propagou em escala planetária o samba “Mas Que Nada”, de Jorge Ben Jor.

Lani deixou a banda “Brasil 66” em 1971, enquanto Karen saiu em 1972. A primeira casou em 1974 com Herb Alpert, grande amigo e parceiro de Mendes; a segunda se tornou atriz e modelo, destaque na Playboy e na série M.A.S.H.

Desde quinta-feira, os maiores jornais dos EUA e do mundo repercutiram a morte de Sergio Mendes. O Los Angeles Times lembrou que seus últimos shows foram ano passado com casas cheias em Londres, Paris e Barcelona.

O New York Times publicou na sua editoria “Notícias Importantes” que o músico “permaneceu uma força na música popular por mais de seis décadas”. E o USA Today disse que ele “deixa um legado musical com um som único”.

O Boston Globe lembrou que sua versão de “Mas Que Nada” foi uma das músicas que mais ajudaram a popularizar internacionalmente o gênero musical brasileiro da Bossa Nova e que Sérgio Mendes foi também um ídolo nos EUA.

A rede CBS destacou a mensagem que Herb Alpert postou no Facebook: “Sérgio Mendes era meu irmão de outro país”. E citou a versão da banda Black Eyed Peas, de 2006, com as digitais de Stevie Wonder e Justin Timberlake.

As consagradas revistas Rolling Stone, Bilboard, Variety, People e Vulture também deram destaque à figura de Sérgio Mendes com reportagens e artigos especiais. Sua vida e morte foram contadas também nos tabloides de Londres.

Ganhador de três prêmios Grammy e indicado ao Oscar, gravou mais de 30 álbuns e foi assíduo na TV americana como no programa Hollywood Palace. Na sua mansão, o estúdio teve como jovem carpinteiro um tal Harrison Ford.

Lenda do Brasil e gênio da Bossa Nova, Sérgio Mendes tinha outras duas letras B nas suas preferências e afetos: era beatlemaníaco, tendo regravado hits dos Fab Four, e torcedor do Botafogo, com direito a foto no time de 1970.

Um craque brasileiro brilhando no mundo.

Bate-boca
Está mais que na hora de lideranças políticas entenderem que o eleitor tem tirocínio. A troca de críticas entre Álvaro Dias e Carlos Eduardo só é ruim para eles mesmos, velhos aliados lavando roupa suja e cuspindo no prato comum.

Bate-boca II
A divergência pública entre os dois é o retrato dessa campanha eleitoral que reúne candidatos que já se hospedaram tanto na esquerda quanto na direita, como venho repetindo aqui. Com críticas que a cidade concorda com todos.

Blogosfera
Há um engajamento escancarado de blogs nas campanhas municipais do RN. Uma empolgada propaganda travestida de jornalismo e que faz mais barulho que o horário do TRE nas TVs e rádios. E a coisa ressoa forte pelo WhatsApp.

Alvoroço
Uma pesquisa do instituto capixaba Futura, estampada ontem no site da revista Exame, da Editora Abril, provocou frisson nas campanhas dos três principais candidatos a prefeito de Natal, todos juntinhos e colados na margem de erro.

Bordeline
Não mostre uma edição da Folha de S. Paulo a Xandão. Ele não está nada satisfeito com a atenção que o jornalão dá a Glenn Greenwald. Ainda mais depois que o cara revelou que o ministro já se tratou de transtorno psicológico.

Repercussão
A manifestação na Avenida Paulista reverberou na mídia internacional e tinha no carro de som os jornalistas Michael Shellenberger (EUA) e Sergio Tavares (Portugal). O primeiro disse que temeu ser abordado pela PF como o segundo.

Esquerda
Postagem do PCO nas suas redes: “A esquerda precisa retomar seu papel histórico de defensora das liberdades e direitos democráticos, ao invés de se alinhar com um judiciário burocrático e corrupto, que age de forma autoritária”.

Lacração
A imprensa espanhola começa a se virar contra os queixumes de Vinicius Jr., que vive acusando o país de ser racista. Jogadores também rebatem o brasileiro, apontando seu comportamento de provocar para se vitimizar depois.

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