Veja cotados para disputar a presidência dos EUA no lugar de Biden

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Publicado em 22/07/2024 às 11:46

A Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre), localizada em Rio Branco, passou por uma série de melhorias nos últimos cem dias e a equipe projeta novos avanços para os próximos meses. Com um trabalho voltado à valorização do servidor e, principalmente, proporcionando melhor atendimento ao cidadão, os resultados são notáveis.

O governo do Estado, por meio da Fundhacre, vem traçando estratégias para diminuir a demanda reprimida de exames, consultas e cirurgias. Para isso, as mudanças começaram pela abertura de novos leitos, sendo cinco na ala geriátrica e quatro em uma das enfermarias da unidade. A melhoria foi alcançada graças às readequações, visando utilizar a capacidade máxima da unidade e, portanto, expandindo a capacidade de atendimento.

Cirurgias de alta complexidade seguem sendo realizadas regularmente na Fundhacre. Foto: Gleison Luz/Fundhacre

Entre os avanços obtidos, destaca-se a realização de mais de 1.400 cirurgias e as obras de adequação da UTI, que devem ser entregues nas próximas semanas. As intervenções estão a todo vapor e, quando concluídas, irão proporcionar melhor ambiente aos pacientes e também aos profissionais.

A entrega de novos equipamentos ao complexo hospitalar, visando aprimorar a assistência aos pacientes, também foi uma conquista significativa. O repasse no valor de R$ 635 mil em abril, por parte da Secretaria de Saúde (Sesacre), já foi aplicado, garantindo a abertura de duas novas salas cirúrgicas que estavam fechadas.

“São várias estratégias que adotamos, sob a liderança do governador Gladson Cameli e com apoio da Sesacre, por meio do secretário de Saúde Pedro Pascoal. Na verdade, são muitas mãos ajudando neste processo, porque a Saúde do Acre tem pessoas empenhadas em dar o seu melhor e a Fundhacre desenvolve um trabalho muito gratificante, pois permite que a gente esteja próximo aos cidadãos, que nos contam suas histórias, e a gente vê de perto a mudança na vida deles, a partir do nosso trabalho. Isso nos dá forças para continuar buscando melhorias, pois a gente sabe que nosso povo precisa e merece o melhor em saúde”, destaca a presidente da Fundhacre, Ana Beatriz Souza.

“O importante é a vida, e a vida continua”, diz a paciente Ivonete Silva, de 50 anos. Foto: Gleison Luz/Fundhacre

Outra ação que tem transformado vidas é o mutirão Opera Mama, de reconstrução mamária com prótese. As cirurgias começaram em junho e estão sendo efetuadas semanalmente, devolvendo a autoestima a 29 mulheres, em sua maioria pacientes que superaram o câncer de mama. Para o desenvolvimento da ação, o governo do Estado conta com recursos federais destinados pela deputada Socorro Neri.

Ivonete Silva, de 50 anos e aposentada devido à doença, expressou alegria no lançamento da ação. “Estou me sentindo muito feliz, muito mesmo. Com a cirurgia, espero melhorar a minha autoestima. Apesar de não ter a minha mama, tenho um Deus na minha vida e já sou feliz. Mas aí já vai completar tudo, porque quando a gente veste uma roupa, tendo a mama, fica mais bonita. O importante é a vida, e a vida continua. Com Deus, a gente vence tudo. Não importa se perdeu um órgão ou outro, o importante é estar vivo”, relatou.

Primeira etapa da cirurgia de Luceide foi realizada no dia 27 de junho. Foto: Gleison Luz/Fundhacre

Moradora do Bujari, Luceide Bezerra, de 55 anos, já passou pela cirurgia. “Sempre tive vontade de colocar meu seio. E agora fui chamada nesse mutirão e tô aqui firme, forte, me recuperando. Quando perguntaram se eu queria [ser operada no mutirão], eu disse ‘quero, eu quero mesmo’. Eu abracei essa oportunidade”, destacou, e ficou ainda mais feliz ao saber que foi a primeira paciente operada no mutirão. “Só tenho a agradecer, primeiramente a Deus, e a eles por terem me acolhido. Estou me sentindo muito bem, muito bem acolhida. Fui bem atendida por todos, graças a Deus. Eu me sinto bem, muito lisonjeada por ter sido a primeira, pois a minha expectativa era enorme. Pense numa pessoa que estava assim, com ansiedade de ver chegar esse dia; graças a Deus, chegou”, comemorou a paciente.

E, para diminuir o grau de agressão ao corpo, sobretudo das pacientes de câncer de mama, recentemente a Fundhacre retomou o uso do aparelho Gama Probe, equipamento de alta tecnologia projetado para detectar com mais precisão as células cancerígenas, evitando incisões desnecessárias.

No sábado, 20, foi realizado ainda um mutirão de exames de imagem diminuindo drasticamente a demanda reprimida para os exames de endoscopia, eletroencefalograma com sedação, doppler arterial e venoso, ultrassonografia geral, eletrocardiograma com sedação, ecocardiograma e endoscopia. Também ocorreu um mutirão de cirurgias oftalmológicas e de vasectomia.

Nos próximos dias deve ter início também o mutirão de cirurgias ortopédicas, uma demanda recorrente da população.

Transplantes na Fundhacre fazem do Acre referência na Região Norte

Em depoimento que emocionou muitos, Rubens Maia, aos 79 anos, realizou no dia 11 de abril um dos maiores sonhos da sua vida: voltar a enxergar. O paciente recebeu novas córneas, pelo programa de transplante do governo do Acre, por meio da Fundhacre. Ao todo, são 29 pessoas que conquistaram um novo olhar com os transplantes de córnea, somente em 2024.

Rubens Maia realizou o sonho de voltar a enxergar após cerca de 15 anos. Foto: Gleison Luz/Fundhacre

“No outro dia eu já tava vendo na televisão as cores, já via vermelho, preto, verde, branco. Antes eu não via nada disso e agora eu vejo até a minha mão aqui. Foi uma maravilha, uma bênção”, narrou Rubens.

O caso do idoso representa o impacto positivo do trabalho que é realizado na Saúde Pública do Acre. Os avanços seguem continuamente para proporcionar aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) acesso de qualidade aos serviços oferecidos. Um exemplo do esforço e compromisso da gestão é a habilitação da Fundhacre para realizar transplantes de rim, concedida pelo Ministério da Saúde por meio da portaria Saes/MS Nº 1.782, de 27 de maio de 2024. Um marco para o Estado, que se fortalece como referência em transplantes na Região Norte.

A fila de espera por um novo rim está em processo de construção, mediante avaliação médica individual dos pacientes que fazem diálise no estado. Atualmente, a Fundhacre realiza transplantes de fígado e córnea. O complexo hospitalar possuía habilitação para transplante renal entre os anos de 2006 e 2019, tendo realizado 96 transplantes renais, 327 transplantes de córnea e 88 transplantes hepáticos, totalizando 515 procedimentos. Os resultados demonstram porque o Acre é uma referência na realização de transplantes, não apenas pelo número de procedimentos realizados, mas também pela sobrevida geral dos pacientes transplantados no estado.

“A habilitação é a conquista de um sonho que foi sonhado por toda uma equipe. Era um desejo nosso, com da Secretaria de Saúde do Estado e do governador Gladson Cameli, que o Acre voltasse a realizar os transplantes de rim. Felizmente, com a autorização do Ministério da Saúde, iremos transformar esse sonho em realidade muito em breve, com a primeira cirurgia para transplante de rim nas próximas semanas”, destaca a presidente Ana Beatriz Souza.

A coordenadora do Serviço de Transplantes da Fundhacre, Valéria Monteiro, relata que os pacientes já estão passando por avaliação médica e mesmo aqueles que fazem acompanhamento na rede particular de saúde devem procurar o serviço para se submeter à avaliação da equipe. “Agora estamos na fase burocrática, mas são passos importantes para garantir a segurança dos pacientes, ao passarem pelo procedimento. Aproveito para reforçar, a todos os pacientes ou familiares que possuam um ente querido passando por diálise ou que tenham alguma condição, que indiquem a necessidade do transplante de rim, que procurem o Serviço de Transplantes o mais rápido possível, de segunda a sexta-feira em horário comercial, pois quanto antes os pacientes passarem pela avaliação da equipe, mais rápido irão entrar na fila para receber um novo órgão”, frisa Valéria.

Início do processo de habilitação para transplantes ósseos foi anunciado em primeira mão no GovCast. Foto: Gleison Luz/Fundhacre

Com o sucesso do programa de transplantes do Estado, a Fundhacre está em busca de uma nova habilitação: a de transplantes ósseos. A novidade foi anunciada em primeira mão no GovCast, o podcast oficial do governo do Estado. A expectativa da gestão é que a habilitação seja concedida nos próximos meses, com as primeiras cirurgias sendo realizadas ainda em 2024. “Depois da base feita, da nossa rede de transplantes realizada e de a gente ter conseguido fechar esse fluxo, estamos batalhando agora por essa modalidade de transplante, que também vai ser muito importante para a população acreana. Rondônia já faz e, inclusive, o médico responsável técnico da Fundação é que está à frente em Rondônia; então, esse transplante de tecido ósseo vai propiciar que os pacientes talvez não precisem de cirurgias ortopédicas, porque terão a oportunidade de fazer o transplante”, explicou.

Além das cirurgias de transplante executadas regularmente na Fundhacre, outros procedimentos de alta complexidade também representam um marco importante, uma vez que, no passado, eram inviáveis na região. A equipe médica da Fundhacre, treinada e capacitada, tem realizado procedimentos de ponta, aumentando as chances de recuperação dos pacientes e reduzindo a necessidade de transferências para grandes centros, a exemplo das cirurgias bucomaxilofaciais, entre outras.

Novos exames e resultados de qualidade

Uma das recentes mudanças que representam um grande salto na qualidade dos atendimentos na Fundhacre foi a emissão de laudos de eletrocardiograma (ECG) em até 20 minutos. Antes de o recurso estar disponível, o paciente tinha que retornar ao complexo hospitalar após cerca de 15 dias para ter acesso ao laudo.

A nova estratégia, que facilitará diagnósticos e tratamentos, é fruto da cooperação entre Fundhacre, Sesacre e Núcleo de Telessaúde do Acre. Moradora de Porto Acre, a paciente Maria do Socorro Souza, de 60 anos, conta que a melhoria vai diminuir as idas à Fundação. “É muito bom, né? Acho que vai ser bem mais ágil. A gente vai conseguir, porque antes demorava demais e às vezes nem dava certo, e pra mim vai ser muito bom, principalmente porque moro longe e aí a gente gasta muito para estar para lá e para cá, para vir fazer o exame, depois vir pegar o resultado, e agora a gente já levar em mãos, é bem mais prático. Para mim é bem melhor. Foi uma mudança muito boa”, opina.

Qualificação permanente e investimentos constantes

Qualificação permanente dos servidores é uma das premissas na Fundhacre. Foto: Gleison Luz/Fundhacre

Pensando na segurança de todos aqueles que vão até o complexo hospitalar, inclusive os servidores, a Fundhacre também investiu na formação e capacitação contínua de seus profissionais de saúde. Diversos cursos foram realizados, não apenas para os profissionais que trabalham diretamente nos atendimentos em saúde. O cuidado começa desde a equipe de limpeza da unidade, pois os hospitais são ambientes de alto risco, que podem expor as pessoas a infecções e doenças graves.

Para garantir a saúde de todos, prevenindo e evitando contágios nesses locais, é fundamental investir em uma limpeza hospitalar de qualidade, abrangendo processos de higienização e desinfecção, entre outros. Portanto, no dia 20 de junho, a equipe de higienização e limpeza hospitalar da unidade ministrou uma capacitação sobre boas práticas no setor.

Karolyn é uma das pacientes acompanhadas pela Oficina Ortopédica. Foto: Gleison Luz/Fundhacre

Paralelamente, a Fundação também está investindo na reestruturação da Oficina Ortopédica do Estado na capital. O trabalho exercido pela equipe garante qualidade de vida aos pacientes que, graças às próteses e órteses confeccionadas no local, podem superar seus desafios diários. É o caso da jovem Karolyn Kaynni Silva, de 21 anos, que é acompanhada pela Oficina desde que nasceu e carrega com orgulho as medalhas que conquistou no Meeting Paralímpico Loterias Caixa 2024. Ela nasceu com pé torto congênito (PTC), uma doença caracterizada pela alteração nos ligamentos, músculos, tendões e ossos do pé do bebê na gestação, gerando deformidade em um ou nos dois pés.

“Desde quando eu nasci fui encaminhada para a Oficina Ortopédica e, desde então, venho tendo acompanhamento dos médicos e dos técnicos daqui. E até hoje em dia ainda tenho, [as medalhas] são uma gratificação e resultado de todos os meus esforços e o empenho deles, que trabalharam junto comigo pra que eu conseguisse toda essa mobilidade, pra que eu conseguisse chegar até onde estou, que é esse sucesso que eu estou tendo. Também agradeço a minha mãe, que esteve junto comigo”, destacou a jovem.

Novos métodos e melhoria no atendimento

Fundhacre é o maior complexo hospitalar do estado e é a quarta instituição a passar pela implantação da política de atendimento. Foto: Gleison Luz/Fundhacre

Recentemente, a Fundhacre deu um passo significativo rumo à eficiência de seus serviços, com a implementação do sistema de internação kanban. A iniciativa foi conduzida e implementada pelo Núcleo Interno de Regulação (NIR) do complexo hospitalar e, por meio da ferramenta de origem japonesa, as equipes médica e de enfermagem terão uma visão clara e em tempo real da ocupação dos leitos, permitindo uma tomada de decisão mais rápida e eficaz. Esse sistema de gestão visual utiliza cartões e quadros para monitorar o progresso dos pacientes, desde a admissão até a alta. Isso facilita a identificação de gargalos e a implementação de melhorias contínuas, garantindo que cada paciente receba o cuidado necessário no menor tempo possível.

Com uma escuta ativa sobre as demandas da população, a Fundhacre também está colocando em prática a Política de Atendimento, por meio de parceria com a Secretaria de Estado de Administração (Sead), por intermédio da Organização em Centros de Atendimento (OCA). As mudanças – que consistem em um novo acolhimento ao cidadão e em melhores condições de trabalho aos servidores – já estão em processo de implantação e devem começar a ser percebidas pela população a partir das próximas semanas.

Os avanços são muitos, mas, sem recursos, o trabalho seria inviável. Portanto, além do investimento próprio na saúde, o governo do Acre tem buscado apoio para ampliar ainda mais os serviços e garantiu mais R$ 10 milhões em recursos federais para a gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) no estado. A verba, que já foi liberada, é fruto de emenda parlamentar destinada pelo senador da República Alan Rick. Desse valor, R$ 5 milhões estão previstos para a realização de cirurgias eletivas na Fundhacre. “Ampliar o acesso às cirurgias é uma das maiores metas da nossa gestão e todo apoio é bem-vindo, porque a população precisa e merece acessar serviços de qualidade. Esse valor vai ser muito importante para reforçar as cirurgias de cabeça, pescoço e ortopédicas, entre outras que são bastante demandadas pela população”, ressalta Ana Beatriz Souza.

Os desenvolvimentos alcançados pela Fundhacre nos últimos cem dias são frutos de um trabalho contínuo e dedicado de todos os profissionais envolvidos, desde a administração até o atendimento direto ao paciente. A instituição tem demonstrado compromisso com a saúde pública, buscando constantemente inovações e melhorias que beneficiem toda a população do Acre. A expectativa é que esses progressos continuem, reforçando a importância de investimentos contínuos em saúde para garantir um atendimento de qualidade e acessível a todos.

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