Política
Violência contra mulheres no Acre atinge menor índice em uma década, mas feminicídios preocupam

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O Acre alcançou em 2023 a menor taxa de homicídios de mulheres dos últimos dez anos, com 18 casos registrados. Apesar dessa redução geral, o número de feminicídios cresceu, totalizando 10 casos, o que representa um aumento em relação ao ano anterior e posiciona o estado entre os com maiores taxas de feminicídio no Brasil.
Lei que proíbe nomeação de condenados por crimes sexuais e violência doméstica é sancionada no Acre — Foto: Freepik/Imagem ilustrativa
Esses dados evidenciam a complexidade da violência de gênero na região, onde, mesmo com avanços em políticas públicas, o assassinato de mulheres por razões de gênero permanece alarmante.
Segundo o Atlas da Violência 2025, o Acre registrou 18 homicídios de mulheres em 2023, resultando na menor taxa por 100 mil habitantes em uma década. No entanto, o número de feminicídios — assassinatos motivados por questões de gênero — aumentou para 10 casos, um a mais que em 2022, conforme dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Com isso, o estado apresentou uma taxa de 2,4 feminicídios por 100 mil mulheres, ficando atrás apenas de Mato Grosso e empatado com Rondônia e Tocantins.
A maioria das vítimas de feminicídio no Acre eram mulheres negras, de baixa renda e com idades entre 14 e 34 anos. Em 88% dos casos, as vítimas não possuíam medidas protetivas, e os crimes ocorreram principalmente em contextos domésticos ou familiares.
Para enfrentar essa realidade, o estado implementou políticas públicas como a criação do “feminicidômetro”, ferramenta que coleta e analisa dados sobre violência de gênero, auxiliando na formulação de estratégias de prevenção e combate ao feminicídio.
Além disso, iniciativas como o ônibus lilás, que leva atendimento especializado a mulheres em áreas remotas, e campanhas de conscientização têm sido promovidas para fortalecer a rede de proteção às mulheres.
Apesar dos esforços, os números indicam que ainda há muito a ser feito para erradicar a violência contra as mulheres no Acre. Especialistas destacam a importância de políticas públicas eficazes, educação para igualdade de gênero e o fortalecimento dos mecanismos de proteção para garantir a segurança e os direitos das mulheres no estado.